Fim do capitalismo, fracasso da democracia liberal e até castigo divino. É assim que o Irão analisa a crise financeira mundial, revelando que ela mostra, antes de mais nada, a superioridade do modelo da República Islâmica, segundo avança a «AFP».
Aliás, para o «ayatollah» Ali Khamenei (o mais alto dignitário na hierarquia religiosa do Islão), esta crise deve entrar para a história no mesmo nível que o fim da URSS.
«A escola do marxismo entrou em colapso e os barulhos da quebra da democracia liberal ocidental estão a ser ouvidos agora. É o fim do capitalismo», afirmou na terça-feira o presidente Mahmud Ahmadinejad, um ultraconservador que tem o apoio do «ayatollah» Khamenei, citado pela mesma agência.
Estas convicções, que têm como fonte os valores da revolução islâmica de 1979, ressurgiram com a chegada de Ahmadinejad ao poder em 2005. Desde então o presidente iraniano critica sempre que possível a suposta «decadência» do mundo ocidental, escrevem ainda.
Tema regressa com actuais problemas
Agora, o presidente aproveita a magnitude da actual crise financeira mundial para voltar ao tema. Ahmadinejad viu-se confortado na sua análise pelo facto da Bolsa do Teerão não ter sofrido os abalos dos mercados financeiros do Golfo, apesar deste facto se dever, sobretudo, à quase total ausência de investidores estrangeiros na praça iraniana e ao grau extremamente elevado de estagnação daquela economia.
De referir que a imprensa iraniana, tanto a reformista como a conservadora, atribui a responsabilidade da crise aos excessos do liberalismo. No entanto, algumas autoridades chegaram a conclusões menos ortodoxas, conclui a «AFP».
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Irão diz que crise é castigo divino e anuncia fim do capitalismo
- Redação
- MF
- 16 out 2008, 17:11
![Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irão](https://img.iol.pt/image/id/10768825/1024.jpg)
Momento actual deve entrar para a história como o fim da URSS, dizem
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