Cristina Branco: «Não podemos comer e calar eternamente» - TVI

Cristina Branco: «Não podemos comer e calar eternamente»

Em vésperas de novas manifestações contra as políticas de austeridade, a cantora não tem dúvidas: a solução passa pela contestação do povo

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Em vésperas de um conjunto de novas manifestações organizadas em todo o país contra as políticas de austeridade em Portugal, Cristina Branco não tem dúvidas: é na rua e com contestação que os portugueses, como um coletivo, vão conseguir mudar o estado das coisas.

«Nós temos de dizer que a coisas estão mal. Porque não estão bem! Nós não podemos comer e calar eternamente», defendeu a cantora em declarações ao TVI24.pt.

«Não podemos ir para casa lamber as feridas porque nos despediram e porque já não temos dinheiro para dar de comer aos nossos filhos, nem para os vestir. Nem para o básico, nem para pagares a tua casa. Tu tens de contestar isso. E não podes viver incomodado com a vergonha de teres mudado a tua vida radicalmente.»

Cristina Branco: «Nós não somos números, somos pessoas»

Ressalvando que não defende, de todo, qualquer intervenção violenta, Cristina explicou, porém, que é preciso que os governantes entendam claramente que a situação de muitos portugueses é desesperante.

«É preciso dizer que isto está mal: "As decisões que os senhores estão a tomar não são corretas". Há que assumir o erro e há que olhar para o indivíduo pensando no coletivo. Não sei se isso deva ser feito de uma maneira violenta, não estou, de maneira nenhuma, a incitar as pessoas à violência. Estou a incitar ao coletivo, a pensarmos em conjunto numa solução que pode ser política.»

E se ministros e catedráticos fossem lavar chãos?

Cristina Branco falou do exemplo da Islândia, onde em 2009 o primeiro-ministro Geir Haarde apresentou demissão depois de várias manifestações contra as políticas que levaram o país à bancarrota. O novo governo de esquerda pôs em curso uma série de reformas que ressuscitaram economicamente a Islândia e Haarde foi mesmo acusado judicialmente por gestão danosa.

«Foi um oásis e construiu-se uma realidade feita pelo povo. Não sei se isso funcionaria em sociedades maiores e em culturas diferentes. (...) Agora, quem está no poder tem de perceber que nós temos uma posição. E que as coisas não estão a funcionar nestes moldes. Portanto, há qualquer coisa que tem de mudar. E isso cabe-nos a nós», disse a cantora.
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