Uma Deolinda em busca de novos sons e novos caminhos - TVI

Uma Deolinda em busca de novos sons e novos caminhos

«Mundo Pequenino» é o novo álbum de uma banda que foi beber inspiração aos vários cantos do mundo por onde passou nos últimos dois anos

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Ao terceiro disco, os Deolinda apresentam-nos o seu «Mundo Pequenino», trabalho que chega esta semana às lojas e que foi beber inspiração a vários cantos do mundo.

«Acho que é um disco que revela um pouco a nossa experiência nos últimos dois anos, desde o [lançamento do] "Dois Selos e Um Carimbo"», contou Pedro da Silva Martins em entrevista ao tvi24.pt.

«[O álbum] bebe um pouco de várias zonas do globo por onde passámos e revela uma Deolinda mais experiente, com mais rodagem de estrada, e com mais habilidade em fazer canções e a procurar novos sons e novos caminhos», resumiu o guitarrista e principal letrista dos Deolinda.

O primeiro single, «Seja Agora», conta a partir de agora com um vídeo, gravado há cerca de duas semanas no Teatro Thalia, junto ao Jardim Zoológico de Lisboa. Foi neste espaço recentemente recuperado que encontrámos os Deolinda em plena gravação de um teledisco que espelha a multiculturalidade do próprio álbum através da dança.

«O que está por detrás deste vídeo é um bocado a mensagem da própria canção, um apelo à união, e também àquilo que representa o próprio disco, "Mundo Pequenino", que é uma experiência multicultural. De certa forma, [a multiculturalidade] está também representada nesta dança por vários bailarinos de várias áreas diferentes», explicou Pedro da Silva Martins.

Rodeada por vários dançarinos e dançarinas, cada um com o seu próprio estilo, a vocalista Ana Bacalhau também fez parte da coreografia de «Seja Agora». E nem a altura considerável dos tacões dos seus sapatos lhe dificultou a tarefa de entrar na sincronia dos movimentos.

«Tive uma boa professora, a Anaísa, que é quem está a coordenar tudo e a fazer as diferentes coreografias com cada bailarino. Até foi relativamente rápido [aprender a coreografia]. Senti-me muito bem, foi uma questão de aprender os passos», afirmou, sorridente, confessando-se «cansada, mas feliz».

De fora das coreografias ficaram os colegas de Ana, a cargo das guitarras e do contrabaixo, e menos dados aos passos de dança. «Nós como somos bons de mais e íamos ofuscar a parte dela, limitámo-nos a tocar os nossos instrumentos. Não quisemos mostrar os nossos moves porque iam ser muito intimidatórios», brincou Zé Pedro Leitão.

Com o lançamento de «Mundo Pequenino», os Deolinda dizem estar preparados para que as suas canções voltem a ser usadas como música de fundo de protestos contra a situação económica e social cada vez mais precária.

Em 2011, o tema «Parva Que Sou» rapidamente saltou dos coliseus do Porto e de Lisboa, onde tinha sido apresentado, para um lugar de destaque como um autêntico hino do descontentamento e desilusão de uma geração de jovens desempregados/mal-empregados.

«Cabe às pessoas decidir em que situações querem utilizar [as nossas canções]», afirmou Zé Pedro.

«É muito bom para nós ver que as utilizam em "milhentas" situações diferentes e com diferentes fundos de interpretação. Acho que tudo isso é válido e tudo isso é possível. A liberdade está nas mãos das pessoas.»

O primeiro concerto da digressão de «Mundo Pequenino» acontece a 4 de abril, em Leiria, e o novo espetáculo irá percorrer nos próximos meses as principais cidades de norte a sul do país. Os Deolinda passam pelo Coliseu de Lisboa a 4 de maio, atuando no Coliseu do Porto no dia seguinte.

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