“Vivemos um calvário”. O drama de um casal injustamente acusado de matar e abusar da filha de 21 dias - TVI

“Vivemos um calvário”. O drama de um casal injustamente acusado de matar e abusar da filha de 21 dias

  • MM
  • 17 fev 2023, 16:17
Bebé

Estiveram detidos durante cinco dias, foram maltratados e não conseguiram despedir-se da filha

Layla Melanie Rivero e Gabriel Barrientos perderam a filha, de apenas 21 dias, no Hospital Balestrini, em Buenos Aires, Argentina. Este foi o início do seu “calvário”. 

Os jovens, de 24 e 26 anos, souberam da morte da filha na esquadra, onde os acusaram de matá-la e de abusar sexualmente dela. Durante os cinco dias em que estiveram detidos, foram maltratados e nem tiveram oportunidade de despedir-se da pequena Alison. A autópsia revelou que foram injustamente acusados.

Tudo começou no dia 7 de fevereiro, quando o casal levou a bebé ao hospital. Apesar dos esforços dos profissionais de saúde, a bebé não resistiu e foi declarada a morte cerebral. 

Os médicos começaram por dizer que Alison se teria engasgado durante a amamentação. Mais tarde, entenderam que existiam sinais de abuso sexual e notificaram as autoridades, que levaram Layla Rivero e Gabriel Barrientos para a esquadra. Aí, foram informados que a filha, a quarta do casal, tinha morrido e que estavam acusados de homicídio qualificado e de abuso sexual.

O casal esteve detido durante cinco dias. Durante este período, foi maltratado por polícias e reclusos. “O que vivemos foi um calvário, desde que entrámos na esquadra até sairmos. Levámos chapadas, pontapés, recusaram-nos água e que entrássemos em contacto com a nossa família”, denuncia Gabriel Barrientos, citado pelo El País.

“Foi a pior coisa que me aconteceu na vida”, disse Layla Rivero, em declarações citadas pelo La Nacion, acrescentando que foi pressionada pela polícia para testemunhar contra o companheiro e ameaçada de morte às mãos das outras reclusas com quem iria dividir a cela.

O resultado preliminar da autópsia contrariou as acusações dos médicos, uma vez que não foram encontrados indícios de abusos ou lesões consistentes com uma morte traumática. Perante estes factos, o Ministério Público teve de ordenar a libertação do casal e instaurou um inquérito para apurar porque não foi cumprida a ordem judicial que previa o isolamento destes pais. 

O advogado do casal, Miguel Ángel Racanelli, pede responsabilidades e já fez saber que os seus clientes pretendem processar a equipa médica, por negligência, e os polícias que estavam responsáveis pela sua custódia.

“Será escusado falar do sofrimento deste jovem casal que, não só não conseguiu despedir-se da sua filha, como a mãe ainda sofreu um feroz ataque das reclusas que estavam detidas no mesmo sítio que ela”, contou Racanelli, citado pelo La Nacion.

O advogado revelou ainda, à Rádio Universidad, o resultado final da autópsia, escreve o El1 Digital: “A menina morreu porque tinha uma cardiopatia congénita (malformação cardíaca que ocorre no útero materno). A bebé teve morte cerebral antes que o coração parasse de bater.”
 

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