Berardo garante que Sonaecom tem informação privilegiada sobre PT - TVI

Berardo garante que Sonaecom tem informação privilegiada sobre PT

Colecção Berardo fica em Portugal

O empresário e accionista da PT, com mais de dois por cento do capital da operadora, considera que a Sonaecom tem informação privilegiada sobre a Portugal Telecom face aos restantes accionistas da empresa, e deveria ser obrigada a divulgar os pontos confidenciais acordados com a Autoridade da Concorrência (AdC).

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O empresário vai mais longe e diz mesmo que esta situação é ilegal e que todos os accionistas da PT têm direito a conhecer o que está acordado entre a Sonaecom e a AdC.

Este responsável referiu também que a Sonaecom deve explicar melhor como pretende reduzir em dois anos a dívida que vai contrair para comprar a PT.

«Não é só a questão do preço oferecido pela Sonaecom, que não é justo, há aqui também um problema mais grave com as partes confidenciais em 162 pontos dos remédios porque não sei o que significam», afirmou Joe Berardo, em entrevista à «Reuters».

«Ele (Belmiro de Azevedo, presidente da Sonae) é accionista da PT e tem mais informação do que eu e, além disso, tem uma OPA a correr e nessa OPA tem 162 pontos confidenciais que têm a ver com o meu dinheiro», adiantou.

Berardo frisou que a Sonae com um por cento da PT tem mais informação dos que os outros 99%, o que é ilegal. «Não sou polícia, nem membro da CMVM, nem da AdC, o que sei é que a lei diz que ninguém pode ter informação privilegiada», sublinhou.

Joe Berardo destacou o acordo confidencial estabelecido entre a Sonaecom e a AdC relativamente ao controlo exclusivo da PTM, devido à blindagem dos estatutos da empresa, e que prejudica os interesses dos minoritários.

«Ficámos a saber que um dos remédios que foi esclarecido à CMVM e que consta na lista da AdC era que Belmiro de Azevedo não tinha que ter o controlo exclusivo da PTM e isso, uma vez mais, prejudicaria os accionistas minoritários», acrescentou Berardo.

Os estatutos da PTM, controlada em 58% pela PT, limitam a cinco por cento os direitos de voto de qualquer accionista que seja detentor de uma posição superior, mas a AdC negociou com a Sonaecom um acordo confidencial, posteriormente tornado público a pedido da CMVM, para a Sonaecom poder ultrapassar esta limitação.
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