"A Grécia não deve sair da zona Euro" - TVI

"A Grécia não deve sair da zona Euro"

    Augusto Santos Silva
    AUGUSTO SANTOS SILVA nasceu no Porto, em 1956. Doutorado em Sociologia, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e agregado em Ciências Sociais, pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, é professor catedrático desta Faculdade. Investigador integrado no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto e associado no Centro de Estudos de Economia e Finanças da mesma universidade, realiza a sua investigação nos domínios da epistemologia e metodologia das ciências sociais, da sociologia da cultura e da teoria política. Membro do Partido Socialista, desempenhou várias funções políticas, entre as quais as de deputado à Assembleia da República e de ministro da Educação, da Cultura, dos Assuntos Parlamentares e da Defesa Nacional. Entre os cargos de gestão universitária que exerceu, contam-se os de pró-reitor da Universidade do Porto e de presidente do conselho científico da sua Faculdade de Economia. Colabora regularmente com os meios de comunicação social, tendo sido colunista do jornal PÚBLICO e da TSF- Rádio Jornal, e sendo atualmente comentador residente no programa POLÍTICA MESMO do canal de televisão TVI24. Tem vários livros publicados. Os três últimos são: Os Valores da Esquerda Democrática: Vinte Teses Oferecidas ao Escrutínio Crítico, Coimbra: Edições Almedina, 2010, 118 pp; A Sociologia e o Debate Público: Estudos sobre a Relação entre Conhecer e Agir, Porto: Edições Afrontamento, 2006; e Projecto e Circunstância: Culturas Urbanas em Portugal, organização, em colaboração com Carlos Fortuna Porto, Edições Afrontamento, 2002.

Augusto Santos Silva defendeu, em entrevista à TVI24, que o governo grego deve apresentar uma contra proposta aos credores

Em entrevista à TVI24, Augusto Santos Silva afirmou que a Grécia não deve sair da zona Euro, uma vez que seria prejudicial não só para os gregos mas para todos os cidadãos europeus.

“A Grécia não deve sair da zona Euro. Em primeiro lugar porque não sabemos o que acontece a seguir na zona Euro e, em segundo lugar, porque os riscos políticos da saída da Grécia excedem em muito os custos da sua manutenção na zona Euro”, afirmou o ex-ministro.


Santos Silva disse também que “o ‘não’ não pode ser o caminho para o desastre” e que durante os últimos dias houve “excessos de linguagem e oposição parte a parte que devem ser dados por encerrados”. O comentador defendeu ainda a importância de um acordo entre as duas partes.

“61% dos votantes disseram não à proposta apresentada pelas instituições europeias. Portanto, cabe ao governo grego apresentar uma contra proposta e cabe às instituições europeias olharem com menos arrogância e mais sentido construtivo para essa contra”.


A deputada do PSD, Teresa Leal Coelho, expressou a mesma opinião, acrescentando que a Grécia se deve resignar ao respeito das condições dos credores pois “ pertencer à zona euro traz como consequência cumprir um conjunto de regras
que todos os estados membros têm vindo a cumprir”.

“Não nos podemos esquecer que a Grécia estava a ver resultados bastante positivos no que diz respeito ao que eram os objetivos que tinham sido estabelecidos no âmbito dos memorandos de entendimento”, declarou a deputada, afirmando que “o modelo de organização política da Grécia que é determinante para a sustentabilidade do euro, que afeta a vida dos gregos, mas também a afeta a vida dos portugueses”.


Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, não partilha desta visão e defendeu que “aquilo que assistimos nos últimos dias por parte das instituições europeias, e também pelo governo português, foi terrorismo”, acrescentando que os credores se terão unido para “chantagear um povo
”.

A deputada afirmou também que o “não” na Grécia “dá esperança a Portugal e à Europa. O que nos mostrou o povo grego é que é possível lutar por uma Europa não de partido único”.
 
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