«Porque, de facto, há aqui afirmações completamente contraditórias: temos o Governo por um lado e a Autoridade Tributária a negar a existência dessa lista, e temos um presidente de um sindicato [dos Trabalhadores dos Impostos] a dizer que essa lista existe, que tem 300 testemunhas que podem abonar nesse sentido, e que há 120 funcionários do Fisco processados precisamente por terem acedido indevidamente a essa lista», afirmou a comentadora no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».
Para Constança Cunha e Sá, a haver uma lista de contribuintes VIP «é gravíssimo que isso aconteça, porque viola o princípio da igualdade e coloca os contribuintes entre contribuintes de primeira e contribuintes de segunda».
A jornalista sublinhou que o problema agora é saber se o primeiro-ministro e o secretário de Estado Paulo Núncio mentiram na Assembleia da República ou então se é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos que está a mentir.
«Eu acho que, neste caso, tem mesmo de se tirar consequências disto (…) É evidente que o Governo não se pode limitar a dizer que não existe a lista. Tem que explicar o que se está a passar (…) e se existe ou não um filtro que permite que os serviços saibam em poucos minutos quem é que está a aceder a dados de uma longa lista (…)», concluiu.