Na escola, e no meu caso na faculdade, a história universal apresentava episódios fascinantes que davam profundidade ao conhecimento que íamos acumulando sobre o porquê dos acontecimentos e dos protagonistas.
Um desses acontecimentos foi a independência das treze colónias britânicas e a formação dos Estados Unidos da América.
Na minha adolescência, passei semanas fascinada com a série “Norte-Sul”, o problema da escravatura, a segregação racial, a primeira guerra dos tempos modernos onde se forjaram os primeiros enviados especiais.
Mais tarde, o assassinato de Martin Luther King e o que ele significou pela luta dos direitos humanos e civis, por uma América multi-racial e multi-cultural.
De facto, ao longo dos últimos 200 anos, a América nunca parou de nos surpreender e de nos inspirar. No século XX, foi a América que veio em auxílio de uma Europa devastada pela guerra e, na década de 90, só a intervenção de Bill Clinton foi decisiva para acabar com o conflito dos Balcãs num dos mais terríveis genocídios de que há memória.
Tivemos depois a eleição do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, Barack Obama, e quanto todos colocavam as fichas na eleição de Hillary Clinton, eis que quem vence é o homem do anti-sistema.
Já muitas linhas foram escritas sobre Donald Trump desde a sua loucura, a sua farta cabeleira, os seus dislates, a sua má-criação, as incertezas e os perigos que ele representa.
É perigoso Donald Trump? Talvez seja, mas o sistema democrático norte-americano está de tal modo blindado no congresso que a América sobreviverá sempre ao populismo e à demagogia porque a América é a América.