G20: «Mudar o necessário para que tudo fique na mesma» - TVI

G20: «Mudar o necessário para que tudo fique na mesma»

G20: Protestos em Londres

PCP considera que decisões da cimeira de Londres não resolvem crise económica e social

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O PCP afirmou que as decisões tomadas na cimeira do G20, que decorreu quinta-feira em Londres, são incapazes de enfrentar a crise económica e social mundial, considerando que as medidas são «avulsas» e «de carácter cosmético», escreve a Lusa.

Os líderes máximos de 20 países, entre os quais os mais industrializados e as potências emergentes, chegaram quinta-feira, em Londres, a acordo para exercer um maior controlo sobre os fundos de investimento de alto risco, rejeitar medidas proteccionistas e aumentar o fundo de reserva para empréstimos às economias em dificuldades, entre outras decisões.

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A decisão de injectar cinco biliões de dólares (3,7 biliões de euros) na economia mundial até ao final de 2010 foi outra das medidas acordadas pelos países.

Em comunicado, o PCP considera que a reunião do G20 «não tomou decisões capazes de enfrentar os graves problemas económicos e sociais com que o Mundo está confrontado em resultado da profunda crise do capitalismo».

«Medidas avulsas» e de «carácter coméstico»

«A tão propalada reforma do sistema financeiro internacional resultou afinal num conjunto de medidas avulsas e de carácter cosmético. Mantêm-se intocáveis e mesmo reforçadas as instituições centrais deste sistema cujas políticas são responsáveis pela actual crise, a começar pelo Fundo Monetário Internacional», critica o PCP, que lamenta que não sejam «sequer afloradas» as «questões de fundo da arquitectura financeira internacional que suporta a actual ordem económica mundial capitalista», como a «manutenção da hegemonia do dólar norte-americano».

Para os comunistas, a estratégia seguida pelos países do G20 é a do «mudar o necessário para que tudo fique na mesma», exemplificando com a decisão de manter as «off-shores/paraísos fiscais».

Os comunistas questionam ainda «para quê, para quem e qual a orientação política» das «somas astronómicas» que os países vão disponibilizar, considerando que «sem uma alteração das opções de fundo, a aplicação de tais verbas por si só não resolverá os problemas económicos e sociais», como revela, acrescentam, «o fracasso das chamadas medidas anti-crise».

«Não são visíveis quaisquer medidas capazes de dar resposta aos gravíssimos problemas que se colocam no plano social, como o desemprego. Mesmo no plano do apoio ao desenvolvimento, as conclusões tornadas públicas apontam para as habituais promessas de ajuda - essencialmente de carácter assistencialista e acompanhadas de objectivos de dominação e exploração - ao mesmo tempo que se insiste na tentativa de imposição da liberalização do comércio mundial no interesse das grandes potências».

O PCP reitera que «só a luta dos trabalhadores e dos povos e a ruptura com o actual sistema político e económico dominante podem pôr fim» a crises como a actual.

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