Greve: «Governo deve responder às reivindicações»

O secretário-geral do PCP, Jerónimo Sousa, afirmou esta quarta-feira que a adesão à greve geral envolve não só os funcionários da administração pública, mas também as empresas privadas, exortando o governo a responder às reivindicações dos trabalhadores, noticia a Lusa.

Jerónimo Sousa esteve na manhã desta quarta-feira à porta da fábrica da Sociedade Central de Cervejas da Vialonga (concelho de Vila Franca de Xira), com cerca de duas dezenas trabalhadores que aderiram à greve, tendo sido informado que a produção fabril parou durante a noite, estimando os dirigentes sindicais uma adesão de 85 por cento.

Os funcionários administrativos estão a trabalhar, assim como alguns com vínculo precário. «Com esta greve o governo deveria ponderar a política social que está a realizar contra os direitos dos trabalhadores, particularmente com esta ameaça da flexiseguraça que é uma má solução», disse aos jornalistas o dirigente comunista.

«O governo que se diz de esquerda e que deveria ter como grande referência os direitos sociais deve reconsiderar e alterar a sua política. Com esta greve, que é um acto corajoso a sua convocação pela CGTP, o governo devia corresponder às justas reivindicações dos trabalhadores», frisou.

Segundo Jerónimo Sousa, existe um milhão de trabalhadores, na sua maioria jovens, com vínculos laborais precários.

«Nesse sentido, a greve geral, sendo um êxito, tem também essa relevância. Há centenas de milhares de trabalhadores que gostariam de fazer greve, mas são impedidos de o fazer», concluiu.

O dirigente sindical e elemento da comissão de trabalhadores da Central de Cervejas, Mário Cantiga, afirmou aos jornalistas que a principal preocupação prende-se com o trabalho temporário, em que são realizados contratos mensais.

O dirigente disse desconhecer o número de trabalhadores precários na empresa, referindo que existem 422 efectivos.