Corte de 25% no segundo pilar da PAC é «inadmíssivel» - TVI

Corte de 25% no segundo pilar da PAC é «inadmíssivel»

Assunção Cristas [LUSA]

Defendeu a ministra da Agricultura, Assunção Cristas

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A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afirmou hoje que um corte de 25% no segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC) «não é de todo admissível» e que Portugal «não pode admitir um corte desproporcional».

«Os menos 25% no segundo pilar [das verbas atribuídas a Portugal] não são de todo admissíveis. Nós sabemos que há um corte geral (...), mas sabemos que não podemos admitir um corte desproporcional, injustificado e que vai contra aquilo que nós consideramos que é um setor absolutamente dinâmico, vivo, em crescimento e a dar um contributo muito válido e muito sólido para a nossa recuperação económica», disse Assunção Cristas.

Num discurso proferido no encerramento do IX Congresso Nacional do Milho, que terminou hoje em Lisboa, a governante afirmou que espera que a discussão em torno das perspetivas financeiras esteja «em fecho para a próxima semana».

«Portugal é um país da coesão e é um país do segundo pilar da PAC. Sabemos que, no segundo pilar, ganhamos muito pouco: somos os quartos a contar de baixo. Por isso, precisamos da convergência entre países», explicou a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.

De acordo com Assunção Cristas, Portugal «precisa de ganhar no primeiro pilar, porque tem condições de fraca competitividade» em comparação com outros países.

«Não faz sentido Portugal receber tão pouco no primeiro pilar. E, no segundo pilar, faz sentido continuarmos a ganhar mais porque isso é determinante para esta evolução e modernização da nossa agricultura», defendeu.

O primeiro pilar da PAC destina-se a apoiar os rendimentos dos agricultores e é financiado pelo Fundo Europeu de Garantia Agrícola, ao passo que o segundo pilar é dirigido ao desenvolvimento rural e é financiado pelo FEDER.

Para a governante, o país tem hoje mais condições para garantir que estas reivindicações são cumpridas, porque, «numa altura em que a economia portuguesa contrai a 3% ao ano, a agricultura e o [setor] agropecuário em geral crescem a 2,8%».

Uma outra estatística apontada pela ministra da Agricultura foi o número de jovens agricultores que se instalam no setor mensalmente.

«Hoje instalam-se 240 jovens agricultores, em média, por mês. Não há setor que todos os meses acolha 240 novas pessoas», sublinhou.
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