PJ: «Ministro não tem dado provas», diz PSD - TVI

PJ: «Ministro não tem dado provas», diz PSD

  • Portugal Diário
  • 28 fev 2008, 20:33

Oposição vê com preocupação a recusa de magistrado em assumir PJ/Porto

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O PSD considerou, esta quinta-feira, «muito mau» que a escolha de Almeida Pereira para dirigir a PJ do Porto tenha sido feita sem o consenso das partes envolvidas e considerou que o ministro da Justiça não tem dado «provas de grande dinamismo nem rasgo para resolver os problemas da Justiça em Portugal», afirmou Amorim Pereira.

«Parece-nos muito mau que se façam escolhas sem o consenso entre as partes envolvidas nessa escolhas. É mau para a confiança das pessoas e para a credibilidade da Justiça a forma como este episódio terminou», afirmou o porta-voz do PSD para a Justiça, Amorim Pereira, em declarações à agência Lusa.

PJ: novo director rejeita cargo

«Não sei a que pressões ele [Almeida Pereira] se refere, mas de certeza que terá a ver com climas de alguma crispação interna ou até mesmo de pressão externa», afirmou. Segundo Amorim Pereira, é ainda lamentável que venham para «a praça pública» discussões sobre o funcionamento da Polícia Judiciária, sublinhando, por outro lado, a necessidade destas questões serem discutidas «no recato dos órgãos próprios».

Questionado se a imagem do ministro da Justiça sai fragilizada com este caso, o porta-voz dos sociais-democratas para a Justiça respondeu: «O ministro não tem dado provas de grande dinamismo nem rasgo para resolver os problemas da Justiça em Portugal».

PCP, Bloco e CDS «preocupados»

O deputado do PCP António Filipe considerou que a instabilidade das chefias da Polícia Judiciária (PJ) está a prejudicar necessariamente a actividade operacional desta força policial e declarou-se preocupado com essa situação.

«A instabilidade ao nível das chefias da PJ não pode deixar de se reflectir negativamente na actividade operacional da polícia», declarou. «Queremos dar uma palavra de solidariedade para com os profissionais da PJ, que estão numa situação de grande indefinição», acrescentou.

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo também considerou «preocupante» a recusa de Almeida Pereira em aceitar o cargo de director da Polícia Judiciária do Porto. A recusa «é mais um indício para juntar às preocupações do BE», afirmou João Semedo, para quem «a PJ não tem tido no Porto a actuação que os portuenses esperavam» no combate aos crimes violentos, na investigação de «acontecimentos relacionados com o submundo do futebol».

O deputado do CDS-PP Nuno Melo defendeu que «o ministro da Justiça, que tem uma palavra decisiva na nomeação das directorias, devia dar um sinal ao país em relação a uma instituição decisiva, que nas últimas semanas tem sido notícia pela instabilidade e que já justifica preocupação», afirmou.

Recusou de forma «digna»

Dirigentes do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) realçaram esta quarta-feira a «forma digna» como Almeida Pereira optou por recusar o convite. Embora o SMMP não tenha «uma posição formal» sobre o assunto, António Cluny (presidente) e João Palma (secretário-geral) disseram, em declarações a título pessoal à Agência Lusa, «compreenderem» a posição hoje assumida pelo magistrado do Ministério Público.

«Almeida Pereira agiu de uma maneira digna, pondo os interesses do sistema judiciário e da PJ acima dos interesses pessoais», considerou António Cluny, enquanto João Palma sublinhou «compreender a posição de Almeida Pereira em concluir que não estavam reunidas as condições para exercer o cargo de director da PJ Porto, face a tudo o que veio a lume na comunicação social nos últimos dias».
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