PSD apresenta queixa na ERC sobre «puxão de orelhas» a jornalista - TVI

PSD apresenta queixa na ERC sobre «puxão de orelhas» a jornalista

Ministra da Saúde em Gaia

PS inviabilizou audição da ministra da Saúde sobre repreensão a repórter da RTP

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O PSD vai apresentar queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social na sequência de uma repreensão de Ana Jorge a um jornalista da RTP, depois de o PS ter chumbado esta quarta-feira um requerimento para ouvir a ministra no Parlamento, refere a Lusa.

«Consideramos gravíssimo, porque nunca antes visto, em matéria de liberdade de imprensa, o veto à vinda da ministra da Saúde ao Parlamento», afirmou o deputado do PSD Luís Campos Ferreira, salientando que a própria Ana Jorge se tinha disponibilizado para prestar esclarecimentos na Assembleia da República.

De acordo com a edição de dia 12 do «Correio da Manhã», na apresentação do Plano de Combate à Sida nas Escolas, um jornalista da RTP questionou a ministra da Educação sobre os protestos dos professores.

A ministra da Saúde reagiu à pergunta, dirigindo-se ao jornalista e dizendo-lhe: «O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à Sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem».

O deputado social-democrata considerou «normal que assessores e jornalistas combinem questões logísticas».

«O que não é normal é uma ministra tentar condicionar um jornalista. Isto não merece um esclarecimento? (...) Ficou toda a suspeição no ar, não é uma birra da maioria, é medo que a ministra da Saúde cá venha», criticou Campos Ferreira.

Por essa razão, o PSD irá apresentar, ainda este semana, uma queixa na ERC, cujo conteúdo está a ser elaborado, e admite outras iniciativas sobre a matéria, embora sem adiantar quais.

Pelo PS, o deputado João Serrano desvalorizou o assunto, que classificou como «uma política de novela».

«O PS está sempre disponível para viabilizar audições de membros do Governo para discutir as políticas de cada sector. O que não estamos disponíveis é para discutir incidentes de articulação entre quem presta declarações e quem as solicita», justificou.

Para João Serrano, neste caso «não está em causa a liberdade de imprensa ou a independência da comunicação social».

«Houve um acordo prévio que, pelos vistos, não foi respeitado, o que levou àquele desabafo que tem a dimensão que tem. O PSD quer pôr na agenda a política de novela, nós não pactuamos com isso», sublinhou o socialista.
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