«Não vejo nenhuma razão de fundo para não haver consenso» - TVI

«Não vejo nenhuma razão de fundo para não haver consenso»

Francisco Assis voltou a apelar aos partidos da Oposição para negociar o PEC e instou o PSD a «apresentar alternativas»

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O Governo está de «consciência tranquila» quanto às medidas tomadas para evitar uma crise política. Isso mesmo disse Francisco Assis, líder parlamentar do PS, que apelou também, esta terça-feira, à «responsabilidade» dos partidos da oposição, com especial enfoque para o PSD.

«Nós temos absoluta consciência, nós PS e Governo, que fizemos o que se impunha fazer», disse o dirigente socialista, numa conferência de imprensa na sede do PS.

«O PSD tem obrigação perante o país de apresentar as próprias propostas. (...) O que pedimos ao PSD é muito simples: em que diverge, em que converge e quais são as alternativas. (...) Veremos que há áreas de convergência», instou.

O apelo direccionado por Francisco Assis especialmente ao PSD é extensível a todos os partidos da Oposição. Francisco Assis acredita que ainda é possível um entendimento sobre o PEC que estará a votação no Parlamento na próxima quarta-feira: «não vejo nenhuma razão de fundo para não haver consenso».

O novo pacote de medidas de austeridade tem chumbo praticamente certo no Parlamento, já que todos os partidos da oposição anunciaram entretanto o voto contra. O PCP apresentou, esta terça-feira, um projecto de resolução de rejeição ao novo Programa de Estabilidade e Crescimento, recusando um caminho que contou com o apoio do PSD e do CDS-PP. «O PCP não aceita este caminho», afirmou o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, em conferência de imprensa, na Assembleia da República.

O cenário de eleições parece definitivamente traçado. O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu na noite de segunda-feira não ter «receio» de ir a eleições que considera «inevitáveis».

Entretanto, sobe a pressão em torno de Cavaco, para que intervenha na crise política. O deputado socialista Vitalino Canas admitiu que a crise política é cada vez mais uma realidade, mas diz que ainda há trunfos que não foram jogados pelo Presidente da República. «Creio que há alguns trunfos que ainda não foram jogados. Não sei se ao nível da intervenção possível do senhor Presidente da República já tudo foi esgotado. Por ventura, não foi ainda e, por isso, devemos ainda esperar que possa haver a esse nível alguma iniciativa e alguma capacidade de persuasão das partes envolvidas», disse.

Num artigo de opinião publicado esta terça-feira no «Diário de Notícias», Mário Soares, antigo Presidente da República, deixa um apelo «angustiado» a Cavaco Silva. «No meu modesto entender, só uma pessoa, neste momento, tem possibilidade de intervir, ser ouvido e impedir a catástrofe anunciada: o Senhor Presidente da República», escreveu.
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