Quem ameaçou Menezes? - TVI

Quem ameaçou Menezes?

Luís Filipe Menezes

Ex-ministros do PSD afirmam desconhecer quem são os ex-governantes que fizeram «críticas ameaçadoras»

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Ex-ministros do PSD contactados pela Lusa afirmam desconhecer quem são os ex-governantes que fizeram «críticas ameaçadoras» a Luís Filipe Menezes quando este ex-líder social-democrata propôs inquéritos à supervisão bancária.

Arlindo Carvalho, Couto dos Santos e Miguel Beleza afirmam desconhecer ameaças ou declinaram comentar o caso desencadeado por Menezes na quarta-feira em declarações à RTPN.

O antigo líder social-democrata recordou que foi então alvo de «críticas ameaçadoras», entre os quais de «alguns ex-ministros que não queriam que avançasse a fiscalização à supervisão bancária».

Contactado pela agência Lusa, o ex-ministro da Saúde de Cavaco Silva Arlindo Carvalho afirmou não se «sentir incomodado com as declarações». «Fui membro da comissão política de Menezes até ao fim», sublinhou, numa alusão às demissões que Menezes disse terem ocorrido naquele órgão.

O também ex-ministro de Cavaco Silva e antigo membro da comissão política nacional do PSD Couto dos Santos disse à Lusa desconhecer demissões e críticas de antigos governantes por causa da supervisão bancária.

«Não me lembro de nada. Eu não pedi demissão, portanto, isso não é dirigido a mim», sublinhou o ex-ministro, acrescentando: «Não me recordo de ter havido pedidos de demissão por causa dessa questão [supervisão bancária]».

«O assunto da fiscalização bancária deve ter sido tratado com mais pormenor na comissão permanente do PSD. Na comissão política nacional lembro-me que se falou por ocasião do BCP e que Menezes se bateu por pedir responsabilidades ao Banco de Portugal», salientou.

«Não quero ser parte destas cenas quase diárias a que o PSD se presta»

A comissão política presidida por Luís Filipe Menezes era composta por Luís Fontoura, Fernando Seara, Zita Seabra, Rui Gomes da Silva, Duarte Lima, Mendes Bota, Couto dos Santos, Arlindo Carvalho, Feliciano Barreiras Duarte, José Silvano, José Portocarrero Canavarro, Eduardo Teixeira, Paula Carlloto, Fernando Costa, Paulo Pereira Coelho e Joaquim Coimbra, este um dos principais accionistas da SLN, holding que controlava o BPN.

Também contactado pela agência Lusa, o ex-ministro das Finanças do governo do PSD Miguel Beleza disse «não ter nada a dizer».

Ribau Esteves, que foi secretário-geral do PSD liderado por Menezes, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto. «Lembro-me de tudo porque vivi o cargo de secretário-geral com muita dedicação e intensidade. Entendo que ser ex-qualquer coisa é uma função que exige uma gestão delicada, por isso decidi que a minha boca não se abrirá até ao final do ano. É a minha forma de ser ex», disse.

«Só depois de meados de Janeiro é que falarei sobre o partido. Por agora, o discurso que proferi em Guimarães continua a ser válido. Não quero ser parte destas cenas quase diárias a que o PSD se presta», concluiu.
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