Governo «faz chantagem» sobre o país em torno da dívida - TVI

Governo «faz chantagem» sobre o país em torno da dívida

João Semedo [LUSA]

Acusação foi feita por João Semedo do Bloco de Esquerda

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O coordenador do BE João Semedo afirmou esta terça-feira que o Governo faz uma chantagem sobre Portugal utilizando o argumento da dívida, referindo que as esquerdas devem «convergir no necessário» para acabar com a austeridade e com o governo.

Após uma visita ao Hospital do Barreiro, e questionado sobre as palavras de Mário Soares, o coordenador do BE defendeu que a principal chantagem no país é feita pelo governo em torno da dívida.

«O problema fundamental é a chantagem do Governo sobre Portugal, em torno da dívida. Temos que cortar nos salários para pagar a dívida que os credores nos impõem, essa é a principal chantagem», disse.

Sobre a conferência contra a austeridade que no próximo dia 30 juntará representantes dos partidos de esquerda, das centrais sindicais e de várias associações cívicas, João Semedo referiu que o fim da austeridade «exige a convergência da esquerda».

«Nós olhamos para a convergência da esquerda com muito interesse. O BE confia que as esquerdas terão a inteligência e a sensibilidade suficientes para convergir no necessário para acabar com a austeridade e com este governo», salientou.

João Semedo referiu ainda que o BE agendou um debate de urgência na Assembleia de Republica para discutir a reforma do estado, acusando o governo de «uma dupla mentira».

«A reforma que o Governo tem vindo a anunciar é uma dupla mentira. Em primeiro porque o estado não tem despesa a mais, a média da despesa pública com o estado é inferior à média da União Europeia, e a segunda mentira é que não é uma reforma para melhorar, mas sim para reduzir ao mínimo», frisou.

O coordenador do BE explicou também que o país não vai sair da crise sem uma renegociação da dívida, um alargamento dos prazos e uma redução de juros e prazos.

«Não temos economia capaz de pagar estes juros. Alargar as metas significa que a política de austeridade não reduz os défices e as dívidas», concluiu.
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