Adopção: «O que está em causa é a palavra do primeiro-ministro» - TVI

Adopção: «O que está em causa é a palavra do primeiro-ministro»

Casamento gay aprovado na Assembleia da República

PSD diz que se PS incluir a hipótese de adopção por casais do mesmo sexo, deverá «deixar cair a lei na sua totalidade»

O PSD defendeu esta quarta-feira que se o PS decidir incluir a adopção na lei sobre o casamento homossexual será a própria palavra do primeiro-ministro perante o país que estará em causa.

«Sobre esse cenário hipotético que o próprio PS admite o que tenho de dizer é que se ele vier a colocar-se o PS terá aí uma boa oportunidade de deixar cair a lei na sua totalidade e reformulá-la de novo», afirmou a vice-presidente do PSD Teresa Morais, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Gays: PS admite adopção

Na edição desta quarta-feira, o Diário de Notícias escreve que o PS admite incorporar o direito à adopção na lei dos casamentos homossexuais, caso o Tribunal Constitucional (TC) vier a chumbar a lei aprovada na Assembleia da República, na sexta-feira.

«Actuaremos em função dessa eventual nova realidade», afirmou ao Diário de Notícias o vice-presidente da bancada do PSD Ricardo Rodrigues.

Confrontada com esta declaração, Teresa Morais lembrou que incluir o direito à adopção no diploma dos casamento entre pessoas do mesmo sexo é, neste momento, «um cenário hipotético que o próprio PS está a admitir perante uma eventual apreciação do Tribunal Constitucional, que leve a que a lei tenha de ser modificada». Contudo, frisou, «nada nos diz que isso vai acontecer».

A vice-presidente da bancada social-democrata rejeitou, porém, a inclusão da adopção no diploma, sublinhando que «o que está em causa neste caso é a própria palavra do primeiro-ministro perante o país».

«O primeiro-ministro disse na Assembleia da República a semana passada que o PS e este Governo não têm mandato para alterar a matéria da adopção e que só tencionava alterar a matéria do casamento nesta legislatura», lembrou.

Por isso, acrescentou, se o PS se vier a admitir a adopção significa que está «a desmentir o primeiro-ministro, a pôr em causa aquilo que o primeiro-ministro afirmou na sexta-feira perante o país inteiro».

«O que a nós nos parece é que se esse cenário se vier a colocar, o PS deve, mantendo o seu compromisso e aquilo que afirma ser o seu mandato perante o eleitorado, retirar a lei», declarou.
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