BE considera deliberação da ERC «frouxa» - TVI

BE considera deliberação da ERC «frouxa»

Catarina Martins

Bloco de Esquerda não compreende como Entidade Reguladora não conseguiu provar pressões de Relva sobre o Público

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O Bloco de Esquerda considerou, nesta quarta-feira, «frouxa» a deliberação da ERC quanto às alegadas pressões do ministro Miguel Relvas ao jornal Público e a uma jornalista.

«Se esta é uma deliberação frouxa, porque apenas diz que há contradições e não consegue provar as pressões, é ainda mais frágil porque não consegue sequer a unanimidade do conselho regulado», afirmou a deputada Catarina Martins, em declarações à Lusa, comentando a deliberação hoje tornada pública pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que «não deu como provada a existência de pressões ilícitas do ministro Miguel Relvas» sobre o jornal Público.

«A ERC diz que não consegue provar as pressões, mas tem 48 páginas de deliberação, com uma descrição exaustiva de todos os jornalistas do Público implicados, com depoimentos, todos eles consistentes, relatando as pressões do ministro Miguel Relvas. E depois tem as declarações de Miguel Relvas e de um dos seus assessores, dizendo que [o ministro] só se exaltou e não terá feito pressões», sustentou Catarina Martins.

A deputada bloquista sublinhou que «a própria ERC considera, na sua deliberação, que a ação do ministro pode ser objeto de um juízo negativo», reconhecendo «que há um problema».

Para a deputada do BE, «todas as dúvidas permanecem» e este é «um relatório que fica algo frágil».

«Só três dos elementos do conselho regulador, os três escolhidos pelo PSD votaram a favor da deliberação», salientou.

Dois dos cinco membros do conselho regulador da ERC votaram contra a deliberação: Alberto Arons de Carvalho e Rui Gomes. Carlos Magno (presidente da ERC), Luísa Roseira e Raquel Alexandra votaram a favor.

«O PSD, tão preocupado com a asfixia democrática na última legislatura, mostra aqui uma completa hipocrisia na forma como agora convive com esta falta de transparência nas relações entre o ministro que tutela a Comunicação Social e órgãos de comunicação social», lamentou.

Catarina Martins lembrou ainda o alegado envolvimento do ministro Miguel Relvas «num outro caso que não ficou esclarecido, sobre o fim das crónicas Este Tempo na Antena1, e as pressões para demitir o cronista Pedro Rosa Mendes».

«É este ministro, que tem uma ligação complicada e pouco transparente com a imprensa, que mais uma vez se vê envolvido num caso cheio de contradições. São contradições sobre contradições», reforçou.
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