Cavaco com campanha a «meio gás»

Numa pré-campanha presidencial a «duas velocidades» têm sido notórias as diferenças nas estratégias escolhidas pelo actual chefe de Estado, que tem optado por iniciativas pontuais, e pelos restantes candidatos, já no terreno e com a «máquina» montada.

Contrariamente ao que aconteceu em 1990 e 2000, nas pré-campanhas das eleições que levaram à reeleição de Mário Soares e Jorge Sampaio, Cavaco Silva tem optado por participar em iniciativas de campanha de forma mais ou menos pontual, numa média de duas ou três por semana.

A conjuntura, um contexto diferente e o tipo de «narrativa política» que Cavaco Silva construiu para si próprio servem, segundo os politólogos, para explicar a pré-campanha «relativamente discreta» que o actual chefe de Estado tem vindo a fazer.

«O "Presidente candidato" tem feito uma campanha relativamente discreta», afirmou o professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) António Costa Pinto, em declarações à Lusa.

«Dentro de uma ou duas semanas, as máquinas vão-se pôr em marcha», antevê António Costa Pinto, considerando que a partir dessa altura a mobilização do eleitorado será o principal desafio dos candidatos às eleições presidenciais de 23 de Janeiro de 2011.

Na terça-feira, Cavaco Silva irá finalmente formalizar a candidatura no Tribunal Constitucional, e pode ser que a partir daí se cumpra o desejo expresso Manuel Alegre, que já esta semana disse ser «tempo de colocar a campanha eleitoral para as presidenciais na agenda política».