“Foi uma decisão que surpreendeu toda a Europa. Não se entende e eu também não entendo. […] Espero bem que os gregos acabem por regressar à mesa das negociações, isso será benéfico para a Europa e para a Grécia.”
No entanto, e quando questionado sobre a possibilidade de ainda ser estabelecido um acordo, o Presidente da República mostrou-se pouco confiante em relação a esta hipótese.
"Gostaria que houvesse entendimento, acreditar é diferente."
Mais, Cavaco Silva afirmou, em jeito de desabafo, que já pensava "há algum tempo" que “as coisas iam acabar mal”, pela forma como o governo helénico estava a efetuar as negociações.
E caso o pior cenário se materialize, isto é, caso a Grécia saia mesmo da Zona Euro, o chefe de Estado acredita que a moeda única "não vai fracassar".“Há muito que pensava, pela forma como gregos estavam a negociar, que as coisas iam acabar mal.”
"Eu penso que o Euro não vai fracassar, é uma ilusão o que se diz. A zona do Euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países."
Cavaco Silva, que falou aos jornalistas em Paços de Ferreira, à margem da quinta jornada do roteiro para uma Economia Dinâmica, acredita que, se a Europa, e particularmente o Banco Central Europeu, accionar os instrumentos de que dispõe, os países em situação mais vulnerável, como Portugal, Irlanda ou Espanha, serão poupados a efeitos de contágio significativos.
Esta segunda-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou estar “entristecido com o espetáculo que a Europa deu no passado sábado”, considerando que a rutura das negociações sobre a Grécia no Eurogrupo constitui um rude golpe na consciência europeia."Todos podem sofrer algum contágio negativo, mas se a Europa utilizar os instrumentos, e particularmente o BCE, à sua disposição os efeitos podem ser minorados."