Rui Pedro Soares pede «desculpa» a Sócrates e não fala - TVI

Rui Pedro Soares pede «desculpa» a Sócrates e não fala

Rui Pedro Soares no Parlamento (TIAGO PETINGA/LUSA)

Ex-administrador da PT queixa-se da «miserável campanha» que garante que têm feito contra si

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O ex-administrador da PT recusou-se, esta quinta-feira, a responder às perguntas dos deputados da comissão parlamentar de inquérito, mas leu uma declaração inicial na qual pediu «desculpa» a José Sócrates.

«Em toda a minha intervenção [no negócio PT/TVI], não conheci nenhum momento que contrarie que Sócrates mentiu ao Parlamento [quando disse que não tinha conhecimento do negócio]. Se alguma vez invoquei o nome do primeiro-ministro, em conversas privadas ou não, se o fiz, fi-lo abusivamente, e tenho de assumir todas as responsabilidades e aceitar todas as consequências e pedir desculpas ao primeiro-ministro», disse.

Acerca da alegada intervenção do Governo na tentativa de compra da TVI, Rui Pedro Soares garantiu que «este negócio teve na PT um desenvolvimento igual a dezenas de outros». «Nunca me apercebi de qualquer intervenção externa directa ou indirecta», frisou.

Considerando que o director do «Sol», José António Saraiva, está a realizar uma «miserável campanha» contra si com «êxito absoluto», o ex-administrador da PT referiu que «é inútil que prove que não é verdade», porque «alguns deputados acreditam no que foi publicado».

«Eu tenho duas armas: defender-me nos tribunais, que é o que tenho feito, e o silêncio, porque, no actual ambiente, tudo o que disse e fiz e tudo o que não disse e não fiz é efectivamente usado contra mim», acrescentou.

Com estes argumentos, Rui Pedro Soares recusou-se a responder a qualquer pergunta dos deputados, invocando a sua condição de arguido no processo Taguspark. «É um direito que me assiste. É a melhor forma de me defender no processo. Findo o processo, estarei disponível para prestar todos os esclarecimentos. Oxalá esse dia chegue rápido», concluiu.

Crime de desobediência qualificada

A deputada do PSD Francisca Almeida ainda questionou Rui Pedro Soares se este aceitaria responder às perguntas dos deputados à porta fechada, mas o ex-administrador da PT recusou.

Assim sendo, a oposição pretende agora comunicar ao Ministério Público o «crime de desobediência qualificada». PSD, CDS-PP, PCP e BE votaram a favor da comunicação desta deliberação ao presidente da Assembleia da República, o PS absteve-se, assim como o presidente Mota Amaral. Caberá agora a Jaime Gama a respectiva participação à Procuradoria-Geral da República.

ACTUALIZADA ÀS 11h51
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