Como ganhar «mais do que na venda de droga» - TVI

Como ganhar «mais do que na venda de droga»

XXXI Congresso do PSD em Guimarães

Autor de moção temática ao Congresso do PSD explica como ganhar «20 mil por cento» em especulação imobiliária

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O autor de uma moção temática ao XXXI Congresso Nacional do PSD explicou no sábado de madrugada aos delegados como ganhar «20 mil por cento» em especulação imobiliária, «mais do que na venda de droga ou armas», em menos de um ano.

«O melhor negócio do mundo não é o das armas nem da drogas mas o de terrenos em Portugal», disse Luís Nascimento, vereador no «pequeno Concelho» da Moita e autor da moção «Ordem no Ordenamento», segundo o qual «num aninho ou dois, se as informações forem jeitosas, o capital multiplica-se por pelo menos 20 mil por cento».

«A transformação de terrenos agrícolas em urbanizáveis é um negócio facílimo, dá milhões e é legal. Mas imoral», disse, acusando o PSD, enquanto partido co-responsável pela actual legislação, de ter também uma «culpa grande» nesta situação.

Se a sua moção for aprovada, avisou, a mesa do Congresso será obrigada a convocar um conselho nacional com este tema na agenda, de modo a adoptar uma atitude que permita mudar o estado actual da situação.

Desde a pausa para jantar decretada pelo presidente da mesa, Ângelo Correia, que o Congresso, que decorre em Guimarães, cumpre a tarefa de ouvir a apresentação das 29 moções temáticas apresentadas por militantes de todo o País.

Moções que abordam os mais diversos temas, como a educação, «a ponte para o desenvolvimento», desporto, «também um projecto social do PSD», novas políticas energéticas e culturais e um «choque fiscal raiano» que permitisse as regiões de fronteira competir com os preços espanhóis e desenvolver o interior.

«Sei o que fizeste no Conselho Nacional passado»

Um dos momentos mais emotivos do Congresso deu-se quando uma militante de Gaia, autora de uma moção sobre políticas de abordagem das questões de deficiência, pediu a Ângelo Correia para levar ao palco uma tradutora para língua gestual.

A militante, Maria Manuel Leite Moreira, deu exemplos dos cegos que não conseguem «ler» os boletins de voto, porque o Braille ainda não chegou à Comissão Nacional de Eleições, e de uma anã que nas últimas directas do PSD votou à sua frente. «O voto dela valia tanto quanto o meu mas eu tinha uma mesa adaptada a mim e ela não. O partido tem de estar à altura destas situações».

Um grupo de militantes agregados em torno do blogue «Psicolaranja» apresentou a moção «Sei o que fizeste no Conselho Nacional passado», que visa tornar públicas e transparentes as votações dos conselheiros nacionais em cada reunião - o que neste momento não acontece. «É importante saber como é que algumas pessoas mudam de opinião», sublinhou Nelson Faria, autor do texto. Daí que defenda uma base de dados com as votações e tomadas de posição, porque «não há política sem memória».
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