Costa: "Desemprego é quase tão mau como o final feliz de Passos" - TVI

Costa: "Desemprego é quase tão mau como o final feliz de Passos"

Líder da oposição reage à redução da taxa de desemprego para 13% olhando para os números absolutos: 700 mil desempregados, 300 mil que já não estão inscritos nos, como lhes chama, "centros de desemprego" e nos 350 mil que emigraram

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No que o Governo vê uma "boa notícia", o líder do PS não vê. A taxa de desemprego desceu para 13% em abril e António Costa reagiu olhando para os números absolutos e não para as percentagens: "Falar de boas notícias é quase tão mau como a ideia do final feliz do primeiro-ministro. Isto é um final muito triste".

À pergunta sobre se a redução da taxa de desemprego era uma boa notícia, António Costa respondeu que "o que é uma má notícia são os 700 mil desempregados, os 350 mil que já não podem estar inscritos, os 350 mil que partiram para fora do país". Constatou, depois, que "desde os anos 60, o saldo migratório" não tinha esta dimensão.

"Quando são as pessoas que têm de emigrar por não terem trabalho. São as pessoas que já não podem estar inscritas nos centros de desemprego. São as centenas de milhares de pessoas que continuam à espera de emprego. Essas são as pessoas com que nos preocupamos. Não é com o que diz o PSD". 

O "final feliz" do primeiro-ministro a que o líder do PS se referia foram as declarações proferidas por Passos Coelho no fim de semana: "Calcularam mal, esta história acabou bem", disse o chefe de Governo, num recado para aqueles que "julgavam que o Governo ia ser mal sucedido”.

Hoje, a propósito da descida da taxa de desemprego, o vice-primeiro-ministro Paulo Portas deixou outro recado às " aves agoirentas que tentam puxar o país para baixo".
 

Calendário da coligação: "Isto não é um jogo de futebol"


Voltando a António Costa, e quanto à apresentação das linhas gerais programáticas pela coligação PSD/CDS-PP já na quarta-feira, o secretário-geral do PS desvalorizou essa eventual tentativa de antecipação
à agenda do PS (que divulga o seu programa eleitoral no sábado). As medidas que serão apresentadas pela coligação serão, não tem dúvidas, "mais do mesmo".

"Já todos sabemos quais são: Um novo corte das pensões em mais 600 milhões de euros, a prorrogação do corte salarial dos trabalhadores do setor público e a prorrogação da sobretaxa de IRS. Essas são as linhas gerais do programa do PSD, estão claras e não há dúvidas sobre isso", considerou.

A antecipação do calendário em dois dias em relação ao PS motivou risos de  António Costa:

"Isto não é propriamente um jogo de futebol. Hoje é claro para todos que a atual coligação de direita [PSD/CDS] não só está muito contente com aquilo que fez, como tem uma enorme vontade de continuar a fazer o mesmo. Não é essa a opinião dos portugueses, que desejam que exista uma alternativa de confiança"


António Costa referiu depois que o PS tem estado "a trabalhar com grande rigor e seriedade" na construção dessa alternativa.

"Não passámos meses a pedir que os outros apresentassem programas e fizemos o nosso trabalho. Já em novembro apresentámos uma visão estratégica para o país, a ‘Agenda para a Década', apresentámos há mais de um mês o cenário macroeconómico e a estratégica orçamental, temos em discussão pública há várias semanas o projeto de programa de Governo e no próximo sábado o programa será aprovado. Acreditamos que é com rigor e participação que se fazem as mudanças", acrescentou.
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