PCP sugere ideias de Obama a Sócrates

O PCP recebeu esta terça-feira sem surpresa a subida do desemprego no último trimestre e deu Barack Obama como exemplo para aconselhar o primeiro-ministro a «dinamizar a economia» e a «abandonar a obsessão do défice», noticia a agência Lusa.

«Não estamos surpreendidos porque é uma consequência da crise (financeira) e já tínhamos alertado o Governo para estes efeitos», afirmou o deputado Eugénio Rosa num comentário aos números do desemprego divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com os dados revelados pelo INE, a taxa de desemprego em Portugal caiu 0,2 pontos no terceiro trimestre, face a igual período de 2007, para 7,7 por cento, e subiu 0,4 pontos face aos três meses anteriores.

A população desempregada, ainda segundo o INE, foi estimada em 433,7 mil indivíduos, o que corresponde a um decréscimo de 2,4 por cento face ao terceiro trimestre de 2007 (homólogo) e a um aumento de 5,8 por cento em relação aos três meses anteriores.

«Agravamento da crise está a ter reflexos e de forma muito rápida»

Os números do desemprego, afirmou, «apenas vêm confirmar que o agravamento da crise [financeira] está a ter reflexos e de forma muito rápida».

Um dia depois de ter ouvido o presidente eleito dos Estados Unidos dizer que o mais importante não é o défice, mas sim «dinamizar a economia», o deputado e economista do PCP deu Barack Obama como exemplo a seguir.

«Se há pessoas como Barack Obama que vêem que é mais importante dinamizar a economia, é surpreendente que o Governo não tenha percebido isso», disse.

O deputado comunista disse ter dúvidas quanto às promessas de investimento público feitas pelo primeiro-ministro ¿ «uma coisa é o que diz, outra é o que faz».

Eugénio Rosa advertiu ainda ter alertado o Governo para o facto de as verbas do Orçamento do Estado (OE) de 2009 previstas para o subsídio de desemprego terem uma quebra de 11,3 por cento relativamente a 2008, apesar das previsões de manutenção se não mesmo aumento do desemprego.

A bancada comunista, lembrou, já tinha proposto uma «correcção» a uma lei de 2006 para alargar o subsídio de desemprego a mais trabalhadores e durante mais tempo.