«Este não é um Governo a brincar» - TVI

«Este não é um Governo a brincar»

Luís Filipe Menezes

Afirmou Luís Filipe Menezes referindo-se à reforma da administração local

A reforma da administração local «demonstra que este não é um governo a brincar», afirmou esta quinta-feira o conselheiro do Estado e ex-líder do PSD Luís Filipe Menezes, que admite, porém, poderá gerar protestos.

«Se não houvesse movimentos contra é porque a reforma não prestava», afirmou.

«Depois das privatizações, depois do fim das golden-shares, depois das reformas que a ministra da Justiça já introduziu ao nível do relacionamento com a economia, a reforma agora do poder local e da organização administrativa do estado demonstra que este não é um governo a brincar», assinalou Luís Filipe Menezes em declarações à Lusa.

No dia em que foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que estabelece regras que obrigam à agregação de freguesias e permite a fusão voluntárias de municípios, Menezes destacou o «ímpeto reformista» de Miguel Relvas.

Elogiou também a «rapidez» do processo que «está a avançar já no início do ano, o que significa que há aqui uma vontade de queimar etapas, de antecipar metas e andar mais depressa» e a «sensatez das propostas».

«Não há aqui nada de revolucionário, há aqui uma atitude muito sensata e muito equilibrada. Não vão acabar locais, lugares, vilas, identidade. Vão fundir-se órgãos de gestão, de forma a tirar uma outra rentabilidade e a conseguir recuperar recursos para melhor servir a cidadania», explicou.

Luís Filipe Menezes admitiu porém a possibilidade de surgirem «protestos, alguns legítimos, baseados em bairrismos ancestrais, alguns incompreensões, mas também alguns manipulados, de algumas forças que aproveitam as circunstâncias para manipular sentimentos e afectividade dos cidadãos».

Ainda assim, considera que «se houver uma reforma e não houver ninguém a protestar, não há reforma nenhuma, significa que há um pactuar com o conservadorismo e com os lobbies instalados».

«Nunca vi nenhuma verdadeira reforma sem protestos, sem greves gerais e às vezes até com um bocadinho mais de violência, com corte de estrada ali e acolá», disse.

Quanto à questão da fusão dos municípios do Porto e Vila Nova de Gaia, que já defendeu em momentos anteriores, respondeu não ser um tema «em cima da mesa», referindo porém que essa matéria irá ser discutida «calmamente depois de 2013».
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