Guantánamo: «Se tivesse havido uma operação seria do conhecimento público» - TVI

Guantánamo: «Se tivesse havido uma operação seria do conhecimento público»

Luís Amado insiste que existiram diligências sobre repatriamento de prisioneiros, mas que estas não foram seguidas por qualquer pedido formal dos EUA

Relacionados
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, insistiu esta segunda-feira em Bruxelas que existiram diligências sobre repatriamento de prisioneiros de Guantánamo mas que estas não foram seguidas por qualquer pedido formal do Estados Unidos.

«Não houve nenhum pedido formal para que houvesse qualquer operação nos termos das negociações que sob confidencialidade a pedido das autoridades americanas nós realizámos em Setembro de 2007», disse Luís Amado à entrada para uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia.

Para o responsável português «houve apenas diligências», como já deu conta à Assembleia da República na semana passada.

«Se tivesse havido um pedido formal e uma operação, ela seria do conhecimento público porque nos termos das negociações ocorridas essa questão era uma das questões negociadas», declarou o chefe da diplomacia portuguesa.

Luís Amado concluiu que «como não se verificou qualquer operação, há naturalmente um juízo da embaixada [norte-americana] favorável à abertura do Governo português para cooperar no processo de repatriamento de ex-prisioneiros de Guantanamo».

O Governo insistiu esta segunda-feira que não houve nenhum sobrevoo ou escala de repatriamento de detidos de Guantánamo (Cuba) sobre território português nem nenhum pedido formal dos Estados Unidos, mas apenas diligências diplomáticas confidenciais. E remeteu para as declarações de terça-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, no parlamento, depois de a edição digital do jornal espanhol «El País» ter noticiado, no domingo, citando documentos diplomáticos norte-americanos, que Portugal permitiu aos Estados Unidos «usarem a base dos Açores para repatriar detidos de Guantánamo»

O jornal espanhol «El País» divulgou no domingo vários telegramas da diplomacia norte-americana disponibilizados no site da Wikileaks sobre Portugal. Num dos telegramas é mencionada a disponibilidade do presidente do BCP, Santos Ferreira, para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.

Os mesmos documentos mencionam ainda opiniões da diplomacia norte-americana sobre os chefes de Estado e de Governo portugueses, assim como sobre os líderes dos partidos da oposição.

José Sócrates é descrito nos textos como um político «carismático», que «trabalhou muito para melhorar o seu inglês» e Cavaco Silva destacado pelo «seu esforços em ser um mandatário bipartidário» mas a quem a embaixada atribui «sérias vinganças políticas pelo simples facto de não ter sido convidado à Sala Oval na Casa Branca»
Continue a ler esta notícia

Relacionados