Sócrates «tem medo» de ir ao Parlamento

A ausência de debates quinzenais durante a campanha eleitoral para as Europeias está a levantar polémica entre o Governo e a oposição, levando mesmo o líder da bancada parlamentar do PSD, Paulo Rangel, a dizer que o primeiro-ministro tem «medo» do confronto parlamentar.

Falando aos jornalistas a meio da reunião do grupo parlamentar do PSD, na Assembleia da República, Paulo Rangel acusou o primeiro-ministro de recusar debates quinzenais «durante mais de um mês» e exigiu que explique «porque tem medo de vir ao Parlamento».

«O senhor primeiro-ministro vai faltar por completo às suas obrigações no Parlamento. Isto tem de ser denunciado. O senhor primeiro-ministro tem de dizer porque é que tem medo de vir ao Parlamento explicar as políticas e submeter-se ao contraditório», acrescentou o líder parlamentar do PSD.

Em conferência de líderes, esta quarta-feira, foi decido que o próximo debate com o primeiro-ministro deverá acontecer a 17 de Junho, já depois das eleições, porque, terá explicado o Governo, não tem antes agenda disponível.

A resposta ao PSD chegou pela voz de Alberto Martins, que desvalorizou a polémica, dizendo que durante as campanhas o debate será feito «nas ruas». «As campanhas eleitorais são talvez os únicos períodos da vida normal democrática em que o debate está fora do Parlamento, está nas ruas, na sociedade, nas associações, no espaço público». «É nesse epicentro que se debate eleitoralmente», acrescentou, insistindo que «o centro do debate não está na Assembleia, está na campanha eleitoral», afirmou o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, em declarações aos jornalistas.