Jerónimo apela aos «desiludidos» do PS

Jerónimo de Sousa deixou, este domingo, no Palácio de Cristal, no Porto, um apelo claro aos «desiludidos» do PS. Perante cinco mil pessoas, Jerónimo de Sousa voltou a insistir na questão do combate à política de direita.

«Aos muitos milhares de homens e mulheres que votaram PS e que agora se encontram desiludidos lhes dizemos: é tempo de confiar na CDU, de apoiar aqueles que ao seu lado estiveram nas pequenas e grandes lutas em defesa dos seus direitos que nunca faltaram nas horas mais difíceis», apelou.

Jerónimo de Sousa voltou às críticas a José Sócrates e atacou as tricas internas dos dois principais partidos. «Enquanto se atiram uns aos outros, entretendo-se a zurzir na falta de diploma do primeiro-ministro ou na batota eleitoral interna do partido do outro, lá se vai iludindo esta imensa prova de um caminho feito de braço dado», disse.

Eleições ou «concursos de beleza»

O candidato da CDU acusa PS e PSD de quererem ignorar «o que são e o que fizeram» e compara a situação à de Itália, em que Berlusconi escolheu ex-misses para candidatas a deputadas. «Também aqui querem fazer das eleições uma espécie de concurso de beleza. Não digo que Paulo seja tão bonito como as candidatas de Berlusconi», ironizou.

«Não se combate a direita fazendo-lhe o frete de fazer a política que é dessa mesma direita. Não venha agora o PS agitar o papão do PSD e da direita, para continuar a fazer o que a direita gostaria de fazer directamente», criticou.

Palácio de Cristal, um marco na campanha

O comício do Palácio de Cristal, no Porto, era tido como um desafio para Jerónimo de Sousa. O que é certo é que o pavilhão esteve praticamente cheio. De acordo com o próprio Jerónimo, estiveram no comício do Porto cinco mil pessoas. O dia deste domingo marca também o ponto de viragem na campanha eleitoral. A CDU tem apenas mais cinco dias para fazer o apelo ao voto.

Jerónimo de Sousa tem-se mostrado, de há uns dias para cá, mais solto no contacto com as populações. Nota-se menos tímido. Além dos apertos de mão, dos beijinhos, dos «saudinha» e dos «força!», Jerónimo já pára mais para conversar com as pessoas, prolonga as conversas e pega as crianças ao colo. Este domingo, até brincou com os jornalistas, a quem serviu croquetes e bolo-rei.