PCP: «Enquanto a troika diz mata, o PSD diz esfola» - TVI

PCP: «Enquanto a troika diz mata, o PSD diz esfola»

Jerónimo de Sousa (ANDRE KOSTERS / LUSA)

Jerónimo de Sousa diz que «o pouco que resta de instrumentos económicos do Estado o PSD quer privatizar»

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Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), afirmou esta segunda-feira que o programa eleitoral do Partido Social-Democrata (PSD) não resolve a falta de crescimento económico do país e «entrega» aos privados empresas do Estado que «dão lucro», noticia a agência Lusa.

«É uma mistificação dizer que se quer combater o engordamento do Estado, quando o que querem é privatizar aquilo que dá lucro. Estamos a falar da área seguradora da Caixa Geral de Depósitos, da área da Saúde, dos CTT, das Águas de Portugal. O pouco que resta de instrumentos económicos nas mãos do Estado o PSD quer privatizar, substituindo o interesse geral por interesses particulares», criticou o comunista.

O líder do PCP acusou os sociais-democratas de «explicarem mal» a proposta de redução da Taxa Social Única e de não resolverem «uma contradição», ao quererem «reduzir as verbas para a Segurança Social» e dizerem que vão «encontrar outras formas de financiamento do Estado» sem aumento de impostos.

«Não se percebe bem, ouvindo ontem a explicação brilhante de um quadro do PSD, tira daqui, mete acolá, vai dar no mesmo, vai dar mais, não se percebeu nada, mas admito que sejam as minhas limitações de conhecimento da economia», ironizou o comunista.

Jerónimo de Sousa considerou ainda que o PSD «não pode fugir ao programa que a troika estabeleceu» e que este «acabará por ser o verdadeiro programa» eleitoral do partido.

«Quando muito pode fazer um anexo de propostas que vão no sentido do agravamento, porque, como sabe, nesse programa, a troika estabeleceu uma condição férrea, que é alterar estas medidas só no sentido de agravamento», afirmou.

«Enquanto a troika diz mata, o PSD diz esfola», acrescentou, advogando que «entregar o lucro ao capital privado não resolve o problema central do país, que era crescer».

Sobre a possibilidade de a economia do país começar a crescer dentro de dois anos, o secretário-geral do PCP disse ser «um grande ponto de interrogação».

«A única coisa certa e segura que ali é afirmada é que vamos ter uma recessão e depois logo se vê, é aquilo que lá está», concluiu.
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