O ex-Presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, considera que não cabe aos países da União Europeia serem «os corajosos ou os curandeiros», no que respeita a questões internas do Zimbabué, podendo apenas «ajudar numa solução».
«Não podemos pensar que somos os corajosos ou os curandeiros, podemos é ajudar numa solução e ajudar a não transformar o essencial da cimeira, por causa da tragédia que sabemos que existe num determinado país», afirma o actual alto representante da ONU para o Diálogo das Civilizações à agência Lusa.
Recordações da visita em 1993
«Até porque são os africanos que terão de encontrar uma solução para esse problema (do Zimbabué)», sublinha.
Jorge Sampaio recorda-se da passagem do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, em 1993 por Lisboa, onde foi recebido e elogiado por figuras que ocupavam então alguns dos principais cargos do Estado português: o Presidente da República, Mário Soares, o primeiro-ministro, Cavaco Silva, e presidente da Câmara de Lisboa - o próprio Sampaio.
Os líderes africanos «foram recebidos em Portugal, como espaço de luta anti-colonial, um espaço de luta anti-apartheid».
Mas «a situação não era o que é hoje, isso todos o sabemos», realça Sampaio.
«O Zimbabué é um assunto grave que a África tem, que o mundo tem, mas que não pode fazer esconder a gravidade de outros assuntos que estão em cima da mesa», considera Jorge Sampaio. E o alto representante da ONU teme que «a Cimeira UE/África esteja a perder o todo em função da pequena parte».
«Não somos curandeiros do Zimbabué»
- Portugal Diário
- 5 dez 2007, 11:12
«Africanos terão de encontrar uma solução», refere Jorge Sampaio
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