UE: Sócrates despede-se «orgulhoso»

O primeiro-ministro José Sócrates despediu-se esta sexta-feira «orgulhoso» dos restantes líderes europeus, numa Cimeira de líderes da União Europeia, a última sob presidência portuguesa, que apresentou poucas novidades e consagrou os «feitos» do semestre, escreve a Lusa.

A confirmação do acordo político sobre o envio de uma missão civil e de apoio à polícia do Kosovo - dossier que não conheceu mais desenvolvimentos quanto à posição da UE sobre o futuro estatuto da província sérvia - e a «eleição» do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe Gonzalez para liderar o futuro «Grupo de Reflexão» da União acabaram por constituir as «semi-novidades» dos trabalhos.

A Cimeira foi aliás das mais curtas dos últimos anos, pois, após já ter sido «encurtada» para um dia, devido à assinatura do Tratado de Lisboa, na véspera - habitualmente os trabalhos desenvolvem-se ao longo de dois dias -, foi concluída a meio da tarde (16:10), antes do horário previsto.

A conferência de imprensa final, um pouco à imagem da própria Cimeira, acabou por ser um balanço da terceira presidência portuguesa da UE e o levantamento dos feitos alcançados, com Sócrates a dar conta repetidamente da sua «satisfação» e «orgulho» por terem sido cumpridas todas as três grandes prioridades do semestre - Tratado de Lisboa e Cimeiras com Brasil e África - e deixadas ainda «marcas» em diversas áreas.

«Prioridades cumpridas»

«Orgulhosamente, posso dizer que as três principais prioridades foram inteiramente cumpridas, ao serviço de uma Europa mais forte para um mundo melhor», declarou, destacando o grande momento do semestre, consumado na véspera em Lisboa: a assinatura do novo Tratado da UE, que substitui a fracassada Constituição Europeia.

Entre as decisões tomadas hoje - e para além das diversas «saudações» e «congratulações» do Conselho relativamente a acordos alcançados ao longo dos últimos meses -, o destaque vai para o envio de uma missão para o Kosovo e a constituição do «grupo de sábios», que afinal será de «reflexão» para pensar o futuro da União Europeia.

Quanto ao Kosovo, os líderes da UE tomaram a «decisão política» de enviar uma «missão» civil e de apoio à polícia do Kosovo, no âmbito da Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD), que deverá partir para aquele território imediatamente depois do Natal e será composta, segundo fontes diplomáticas, por cerca de 1800 polícias e juristas.

A UE pretende desde há um ano enviar uma missão ao Kosovo no quadro de um acordo do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre uma eventual autonomia deste território gerido pela ONU desde 1999.

Essa intenção tem sido recusada pela Rússia, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança e com direito a veto.