Santana reconhece coragem a Sócrates - TVI

Santana reconhece coragem a Sócrates

  • Portugal Diário
  • 24 fev 2008, 10:24
Debate sobre o Orçamento de 2008 - Foto Mário Cruz/Lusa

Mas confessou também ter «medo» das consequências para o país

Relacionados
O líder parlamentar do PSD, Pedro Santana Lopes, reconheceu coragem ao primeiro-ministro José Sócrates, mas confessou também ter «medo» das consequências para o país de algumas das decisões tomadas pelo Governo socialista.

Santana Lopes admitiu, em entrevista à TSF e Diário de Noticias, que o primeiro-ministro «tem tomado decisões corajosas», nomeadamente o pacto da justiça entre o PS e o PSD, e que tem capacidade de decidir, mas afirmou discordar da orientação de muitas dessas decisões.



«Algo estranho se passa na sociedade portuguesa»

Santana diz estar «em sintonia» com Menezes

«Gosto de um primeiro-ministro com capacidade de decidir, mas tenho medo das decisões dele para o país, principalmente de algumas decisões», afirmou o dirigente social-democrata, caracterizando a política de José Sócrates como uma política de «extermínio de bens e equipamentos em todo o país e de centralização».

«É uma visão politica de fomento, não é uma heresia, há quem defenda essa concentração nas urbes, que é aquilo que o Governo está a fazer, mas eu não defendo essa politica, acho que os custos dessa concentração, do abandono do território, da desertificação, tem custos a médio e a longo prazo, mesmo no crescimento da economia», argumentou Santana Lopes na entrevista gravada Sábado.

Nessa linha, «o mapa judiciário como está é completamente impossível», disse Pedro Santana Lopes, referindo-se ao facto de o novo mapa judiciário proposto pelo Governo prever a conversão das 230 comarcas actualmente existentes em 35 tribunais regionais, entre outras medidas.

Em jeito de balanço dos três anos de governação socialista, o líder parlamentar do PSD reconheceu a coragem de José Sócrates na implementação de reformas difíceis, como na área da justiça, mas sublinhou também algumas politicas que considera erradas.

«Discordo do aumento do IVA [Imposto de Valor Acrescentado] porque acho que é uma medida errada e nunca o faria enquanto primeiro-ministro. Não faz sentido, é uma receita fiscal muito fácil, mas pode ter efeitos devastadores na economia», sublinhou.

Para Santana Lopes, o executivo de José Sócrates «enveredou por um caminho de cortar, de diminuir, de reduzir onde não se deve e principalmente nos sitios mais expostos, mais débeis, mais frágeis». «Na política da reforma da Administração Pública, onde é preciso ousadia, coragem e determinação, soçobrou muito cedo», considerou ainda.

A encerrar a entrevista, uma questão sobre a ressurreição politica de Santana Lopes e se este estaria disponível para voltar ao lugar de primeiro-ministro, gerou um momento de silêncio e uma resposta inconclusiva.

Santana Lopes acabou a dizer que essa é uma situação «muito improvável», mas também que já aprendeu que em politica não volta a fazer juras.
Continue a ler esta notícia

Relacionados