Aeroporto: TGV em Alcochete «com poucas vantagens»

A passagem do TGV pelo novo aeroporto, em Alcochete, apresenta «vantagens muito reduzidas», indica um relatório do centro de estudos de Obras Públicas de Espanha, que defende a criação de ligações ferroviárias entre Sintra, a terceira travessia e o novo aeroporto, escreve a Lusa.

«No caso concreto da linha de alta velocidade Madrid-Lisboa, a existência de uma estação adicional no novo aeroporto apresenta vantagens muito reduzidas», lê-se no relatório do centro de estudos de Obras Públicas do Governo espanhol, elaborado em Março para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Intitulado «Revisão de alternativas da terceira travessia do Tejo», o documento refere que as populações que poderiam beneficiar de um acesso directo ao aeroporto seriam Évora e Badajoz, com 55.000 e 145.000 habitantes, respectivamente, a que poderiam somar-se os 55.000 habitantes de Mérida, localizada a 60 quilómetros.

Ou seja, o relatório conclui que estes «núcleos de população não podem aportar um número relevante de passageiros para o aeroporto».

Passagem no aeroporto não acresce valor

De acordo com o documento, «uma alteração no traçado da linha de alta velocidade Madrid-Lisboa, que implique uma paragem no novo aeroporto, não acresce um valor significativo e pode introduzir incertezas adicionais no processo, devido à necessidade de coordenar, em tempo útil, dois grandes projectos - alta velocidade e novo aeroporto -, ambos de elevada complexidade».

Os técnicos do CEDEX concluem também que «a conexão entre a terceira travessia e Santa Apolónia não parece apresentar um interesse relevante», pois assegura um serviço «sem procura elevada e que pode continuar a ser garantido com os serviços de transporte fluvial ou através de ligação entre o serviço suburbano e o metro».

Por seu turno, a «conexão entre a terceira travessia e a estação do Oriente apresenta um maior interesse para os passageiros metropolitanos».

Contudo, indica o estudo, esta ligação pode ser assegurada através do «transbordo de passageiros em Marvila ou Chelas».

Ligação a Sintra é prioritária

A ligação «prioritária» é, segundo o relatório do CEDEX, entre a terceira travessia e a linha de cintura, uma vez que «possibilita o transbordo com as diferentes linhas de metro, serve a zona mais dinâmica de Lisboa e parece ser a ligação de maior importância para o transporte de mercadorias».

Os técnicos do CEDEX referem que a construção da nova ponte Chelas-Barreiro vai possibilitar a criação de uma «nova linha, de tipo diametral, que unirá pontos da periferia de Lisboa», e apontam a ligação entre Sintra, a terceira travessia do Tejo e o novo aeroporto como a «configuração mais eficiente», desde que ofereça a possibilidade de transbordo para todas as linhas do serviço ferroviário suburbano.

PP