Alegre diz que Cavaco «foi um factor de instabilidade» - TVI

Alegre diz que Cavaco «foi um factor de instabilidade»

Manuel Alegre (ARMENIO BELO/LUSA)

Candidato acusa Presidente de promulgar leis e depois desvalorizá-las

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O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou esta sexta-feira que o Presidente da República, Cavaco Silva, foi um «factor de instabilidade» no exercício das suas funções, acusando-o de promulgar leis e, a seguir, desvalorizá-las, noticia a Lusa.

Discursando durante um jantar com apoiantes, na Figueiras da Foz, o candidato apoiado pelo PS e BE declarou que a primeira fase do mandato de Cavaco Silva teve um pendor «excessivamente voltado para uma interferência nas questões de governação».

«Houve, inclusivamente, uma utilização errática do instituto da fiscalização preventiva da constitucionalidade [das leis]», disse Manuel Alegre.

Já quanto aos poderes presidenciais «mais simples», como os de promulgação e veto das leis, «foi um factor de instabilidade».

«Porque o Presidente promulga uma lei e a seguir desvaloriza-a», sublinhou, aludindo, a título de exemplo, à nova legislação de financiamento dos partidos políticos. «Promulgou a lei e, a seguir, foi falar das dúvidas», referiu Alegre.

Já na lei do casamento homossexual, frisou que Cavaco Silva «começou por fazer um discurso em que dava impressão que ia vetar e depois não vetou».

«Era natural que vetasse porque os seus valores e as suas convicções não estavam de acordo com o conteúdo da lei. Não a vetou porque não teve coragem de o fazer», acusou.

«Temos de ter um Presidente da República que quando tiver de vetar, veta, e não se esconde atrás de álibis», defendeu.

Num discurso com cerca de 25 minutos, recheado de ataques ao Chefe de Estado, Alegre assinalou que Cavaco Silva foi «uma fonte permanente de conflituosidade» na cooperação estratégica com o Governo, «porque não há dois primeiros-ministros nem o Presidente da República é o tutor do primeiro-ministro».

Acusou ainda Cavaco Silva de possuir uma «visão conservadora» da política e de «constantemente» desvalorizar a política.

Segundo Alegre, o Presidente da República «diz que não é político» mas «passa a vida» a candidatar-se a cargos políticos.

«Dez anos como primeiro-ministro, cinco anos como Presidente da República, ninguém é tão profissional da política, hoje em Portugal, como este candidato que se volta a candidatar ao cargo», sustentou.
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