Face Oculta: «Processo não é bom para o Governo» - TVI

Face Oculta: «Processo não é bom para o Governo»

Marcelo Rebelo de Sousa considera que é «mais desgastante» que o caso Freeport

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Marcelo Rebelo de Sousa, ex-líder do PSD disse, sexta-feira à noite, em Braga, que o caso «Face Oculta»: «Não é bom para o Governo e cai mesmo em cima dele, porque este foi o Governo que esteve em funções nos últimos quatro anos», escreve a Lusa.

«Estes processos podem demorar anos, o que acarreta um desgaste maior que o do caso Freeport já que este era um caso pessoal, sobre o qual era possível dizer que se tratava de uma campanha pessoal», sublinhou.

O conhecido comentador político acrescentou que o mesmo não se pode dizer do «Face Oculta»: «Um caso que envolve várias empresas do sector público, e com factos que, a comprovarem-se, criarão uma situação muito má para quem está no Governo, que paga uma factura pesada durante alguns anos».

Marcelo falava no ciclo de conferências «Portugal 2010», organizado pela Confraria do Bom-Jesus na Colunata de Eventos, acto em que participou o Arcebipso Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga.

O comentador considerou que Armando Vara, - eventualmente a conselho do Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio -, «fez bem» em suspender funções no BCP, defendendo que o gestor da REN, José Penedos, pela mesma razão, a de preservar a confiança nas instituições, «deveria fazer o mesmo».

A favor do referendo

Questionado sobre a possibilidade de se vir a fazer um referendo sobre a legalização do casamento de homossexuais, Marcelo disse que, em matéria de costumes é sempre favorável ao referendo, mas admitiu haver «uma diferença entre este e o caso da legalização do aborto».

Explicou a diferença dizendo que, «no caso do aborto a maioria que votou no parlamento a lei de despenalização não tinha sujeitado o tema a debate eleitoral», frisando que, agora, os três partidos de esquerda que querem o casamento homossexual sujeitaram a lei a debate eleitoral nas últimas eleições.

Contra a suspensão da avaliação

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se ainda contra a suspensão do sistema de avaliação de professores, argumentando que, se tal sucedesse, «passaria a não haver nenhuma avaliação».

Se os partidos da oposição ao governo socialista suspendessem a avaliação, na sua opinião, seria difícil chegar-se a um consenso sobre o novo modelo de avaliação, já que - frisou - «muito provavelmente o projecto do Governo, seria diferente do do PSD e do do CDS, e estes igualmente diversos dos do Bloco de Esquerda ou do PCP».
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