«Este capitalismo selvagem é preciso que desapareça» - TVI

«Este capitalismo selvagem é preciso que desapareça»

Mário Soares com Stephane Hessel (António Cotrim/Lusa)

Soares recusa comentar acordo de Governo com a troika por não leu texto, mas deixou uma mensagem sobre os tempos que se vivem

Relacionados
O antigo Presidente da República Mário Soares declinou comentar o acordo de Portugal com a troika internacional para a concessão de assistência financeira, sublinhando que ainda não leu o documento. Mas, na apresentado do livro «Indignai-vos!», deixou uma mensagem contra o «capitalismo selvagem que nos domina» e que diz ser necessário que «desapareça», noticia a Lusa.

«Eu ainda não o li, portanto não posso manifestar a minha opinião», reforçou o antigo presidente da República, à margem da apresentação do livro «Indignai-vos!», do francês Stephan Hessel, sobre o acordo entre o Governo e a troika internacional.

Na apresentação do pequeno texto de Hessel, em Lisboa, Soares destacou a importância e actualidade da mensagem porque, disse, «este mundo vai mal, e todos nós sabemos que vai mal».

«Este capitalismo selvagem que nos domina, é preciso que desapareça», disse Mário Soares, autor do prefácio da edição portuguesa do best-seller, traduzido em 24 línguas e com vendas que já ultrapassam os dois milhões de exemplares.

Mário Soares, que falava na Fundação que tem o seu nome, fez votos de que o livro chegue «a todos os lados em que se fala português», desejando para breve uma edição nos PALOP.

Stephane Hessel, que está em Portugal para divulgar o seu livro, destacou a «dimensão particular» que esta edição tem pelo prefácio de Mário Soares, um homem que identificou como exemplo de combate à injustiça social.

«Passa-se no mundo muita coisa inaceitável e é preciso reagir», disse Hessel - como a não satisfação de necessidades essenciais em termos de educação, habitação, liberdades cívicas e de expressão.

Para o pensador francês, de 93 anos e com um vasto currículo de intervenção pública, que vem dos tempos da Resistência ao nazismo, «estamos à mercê da finança mundial, que não se preocupa com nada».

Desde o fim da II Guerra mundial o mundo «evoluiu muito», mas «falhou quanto à redistribuição da riqueza», enfatizou. «Saiam da indiferença e não se deixem vencer pela inércia», pediu Hessel.

«Escolham um problema para se indignarem. E empenhem-se a fundo na sua resolução!», reforçou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados