Presença de Sócrates na comissão de inquérito serve «para descredibilizar o cargo de PM»

Trinta e seis anos depois, o sonho de Abril ainda está por completar. Mário Soares, homem de Abril, antigo presidente da República e antigo primeiro-ministro do Portugal livre e democrático, admite que a desigualdade aumentou em Portugal desde o 25 de Abril por se ter descurado uma «melhor repartição da riqueza».

Mário Soares confessa-se aos microfones da Antena 1, citado pela Lusa: «Descurámos um pouco, talvez, uma melhor repartição da riqueza. É por isso que somos tão desiguais».

Perdem-se umas e ganham-se outras. Mário Soares diz não temer pela democracia portuguesa e adianta que se fosse José Sócrates não iria à comissão de inquérito parlamentar sobre o caso PT/TVI. Para Soares, isso só serve para «descredibilizar o cargo de primeiro-ministro». E conclui o antigo chefe de Estado que a consequência de tal «é nefasta para a política em geral e para a ideia que se tem dos políticos».

Apesar de tudo, no aniversário da revolução dos cravos, Mário Soares não perde a confiança na democracia e defende-la: «É preciso defender a política, porque a política é uma actividade nobre e os políticos não são todos ladrões».