Madeira: PS diz que alusão à independência é irresponsável - TVI

Madeira: PS diz que alusão à independência é irresponsável

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«Madeirenses são portugueses e têm dado provas disso», diz candidato socialista à presidência do governo regional

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O candidato do PS à presidência do governo regional da Madeira considerou hoje «irresponsável» a alusão de Alberto João Jardim à independência da região, frisando que «os madeirenses são portugueses e têm dado provas disso», noticia a Lusa.

Maximiano Martins disse que «o que a Madeira menos precisa é de juntar às suas dificuldades reais um factor de perturbação de natureza política».

O candidato socialista, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, no final de uma audiência com o presidente do governo regional dos Açores, referia-se a uma alusão feita por Alberto João Jardim à independência madeirense a propósito da manutenção da Zona Franca da Madeira.

«É uma absoluta irresponsabilidade, que não deve ser alimentada. O discurso da independência na Madeira é ultra-minoritário, sem consistência, sem futuro e não acrescenta nada à solução dos problemas», afirmou Maximiano Martins.

O candidato socialista defendeu a manutenção da Zona Franca da Madeira, destacando a sua importância para a diversificação da economia regional.

«Só não estou de acordo em relação ao modelo em que o serviço público não está suficientemente garantido e também discordo da excessiva abordagem de optimização fiscal», afirmou.

Relativamente às eleições regionais, Maximiano Martins considerou que «é possível vencer Alberto João Jardim, agora ou depois. A questão é tornar a mudança natural. Dar-lhe a naturalidade que tem a alternância democrática».

Maximiano Martins pronunciou-se ainda sobre a Lei das Finanças Regionais, considerando que «a discriminação positiva dos Açores é um facto natural, reconhecido por todas as pessoas de bom senso».

Acrescentou que «o problema é a avaliação correta da riqueza da Madeira, já que o cálculo é influenciado pela Zona Franca, o que faz com que o PIB [produto interno bruto] não reflicta a realidade».

Para o candidato socialista, o actual presidente do governo regional madeirense «utiliza o PIB empolado no mau sentido», dando a ideia de que a Madeira é uma região rica, frisando que «o povo não se alimenta de ilusões».

Nesse sentido, defendeu que é necessário saber primeiro qual a «situação real» da Madeira para depois «discutir a solidariedade nacional» de que a região necessita.

Por seu lado, o presidente do Executivo açoreano, Carlos César, defendeu a necessidade de a Madeira «ter sucesso», mas frisou que, ao contrário do que diz Alberto João Jardim, «os males da região não estão na Lei das Finanças Regionais, nem na esquerda».

Para César, este é o momento de se assumir a «transparência» nas relações entre o Governo da República e as regiões autónomas, reafirmando a necessidade de um memorando de entendimento que identifique os obstáculos existentes em cada região e publicite integralmente os apoios atribuídos.

«É fundamental para compreender a realidade da Madeira e dos Açores, é importante que se percebam as diferenças, que se saibam as realidades que estão em causa e que podem levar o Governo a apoiar mais uma região do que outra», afirmou, assegurando que não se oporá a um maior apoio à Madeira, desde que os Açores «tenham o que é justo».
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