Passos Coelho «não honra a sua palavra» - TVI

Passos Coelho «não honra a sua palavra»

Campanha para as eleições regionais na Madeira [LUSA]

Acusação é do cabeça de lista do PS às eleições na Madeira, Maximiano Martins

O cabeça de lista do PS às eleições legislativas da Madeira, Maximiano Martins, acusou esta quarta-feira o primeiro-ministro de não honrar a palavra ao anunciar que o programa de ajustamento para a região só será conhecido após o sufrágio, escreve a Lusa.

«Não honra a sua palavra. Isso falseia as promessas assumidas, que era no sentido de se conhecer as medidas», disse Maximiano Martins.

O primeiro-ministro anunciou que na sexta-feira será apresentado o relatório de avaliação orçamental e financeira sobre a Madeira mas não o programa de ajustamento, que terá de ser construído com o Governo que sair das eleições.

Confrontado pelo líder do BE, Francisco Louçã, no debate quinzenal no Parlamento com um compromisso assumido no anterior debate quinzenal sobre a Madeira, Passos Coelho admitiu: «Falei demais».

«O que eu pretendia dizer nessa altura era: sabe-se ou não se sabe qual a taxa de esforço que vai ter de se fazer na Madeira? Isso pressupõe o desenho de um programa mas não a apresentação do programa (...) O programa em concreto terá de ser construído com o Governo e não o é construído em campanha eleitoral», afirmou o primeiro-ministro.

Maximiano Martins salientou à Lusa a importância de se conhecer o programa de ajustamento financeiro.

«É isso que vai determinar o futuro dos madeirenses. Naturalmente que é importante conhecer-se a dívida, mas, sobretudo, era necessário conhecer as medidas a implementar devido à dívida», declarou, sustentando que as declarações de Passos Coelho configuram o «princípio da não informação» para que «os cidadãos possam ter eleições livres e justas».

As declarações de Maximiano Martins foram feitas depois de ter tentado aceder às instalações do Jornal da Madeira, no Funchal, onde desde as 10:30 se encontram sete candidatos do Partido da Nova Democracia em protesto contra os apoios do Governo Regional, do PSD, à publicação e à sua falta de pluralidade.

Entre os candidatos encontram-se o deputado regional António Fontes e o vereador da Câmara Municipal do Funchal Gil Canha.

Maximiano Martins explicou aos jornalistas que se deslocou à sede do diário, à qual foi impedido de entrar, «numa missão de boa-fé» para «falar com quem está sitiado» para «pôr fim a esta situação».

«Não me revejo na forma, mas volto a dizer que estes senhores estão barricados há horas, Jardim [presidente do Governo Regional da Madeira] está barricado há mais de 30 anos por detrás do Jornal da Madeira», declarou.

No local, onde estão dezenas de populares, encontra-se ainda o cabeça de lista do PTP, José Manuel Coelho, tendo o candidato do Partido pelos Animais e pela Natureza, Rui Almeida, marcado igualmente presença.

Rui Almeida classificou a situação do jornal como «escandalosa», com a agravante de ser «patrocinada» pelos contribuintes, referindo que a publicação «não passa de um folhetim de propaganda partidária do PSD».

Entretanto, o grupo de candidatos que se barricou no interior das instalações emitiu um comunicado, no qual garante que não abandonará «esta posição de resistência enquanto quem manda neste jornal e o utiliza em seu proveito (o Governo Regional e a diocese) não abrir negociações».

Neste momento, cinco agentes da PSP estão posicionados junto à entrada do edifício.
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