«Não há razão para não haver convergência entre o Governo e o PS» - TVI

«Não há razão para não haver convergência entre o Governo e o PS»

Debate da moção de censura de «Os Verdes» (LUSA)

Passos Coelho defende mais negociação social e política e convida PS para trabalhar com o Governo

Governo remodelado, está na altura de olhar para os próximos dois anos com confiança. Pedro Passos Coelho diz que a maioria ganhou novo fôlego depois de resolvidos os problemas internos. E falou na necessidade de convergência com o PS em matérias de crescimento económico.

«Nos períodos em que ocorrem grandes mudanças, em que muitas reformas são feitas, e mais mudanças ainda estão por vir, impõe-se um momento em que reforçamos as nossas energias, reconcentramos os nossos esforços, confirmamos a nossa força e nos preparamos para um novo fôlego. Um novo fôlego depois de uma árdua e necessária caminhada», começou por dizer no discurso de abertura do debate na Assembleia da República, deixando pontes para o futuro: «¿Neste momento queremos falar já do caminho que vamos percorrer com a mesma determinação e com a mesma coragem».

«Faltam 10 meses para terminarmos o Programa de Assistência. Serão 10 meses cheios de desafios e de escolhas difíceis. Mas não será certamente agora que iremos vacilar, quando dois terços do Programa foram cumpridos, e uma idêntica proporção do nosso ajustamento económico e financeiro foi já conseguida», vincou.

O primeiro-ministro pretende continuar o seu «caminho das mudanças estruturais e do aumento de competitividade» e prosseguir «o caminho de reforma do Estado, das PPP, das rendas excessivas e dos privilégios injustificados que são injustos e ineficientes». «Daremos sentido aos sacrifícios que foram pedidos aos Portugueses», assegurou.



Neste sentido, deixou como certeza que uma das prioridades será «o relançamento da economia», tornando-a «mais aberta, mais democrática e participada por todos, mais apostada na produção de bens transacionáveis, com uma base exportadora mais alargada». Neste sentido, pretende executar «a Estratégia de Crescimento e Fomento Industrial» e «uma profunda reforma do IRC».

«Não há razão para, em matérias como estas, não haver convergência de posições entre o Governo, os partidos da maioria parlamentar e o Partido Socialista», vincou, acrescentando:

«Investiremos em mais coesão e mais mobilidade social. Queremos que cada um, independentemente da sua origem familiar, sócio-económica ou territorial, tenha as oportunidades que merece para realizar o seu projeto de vida. E queremos discutir essas políticas com os parceiros sociais, com as instituições de solidariedade e com os cidadãos».

Na tentativa de reduzir a intervenção do Estado na sociedade, o Governo vai lançar o Programa Aproximar: «Trata-se de um programa de reorganização, descentralização e modernização administrativa. E queremos discuti-lo com toda a abertura com as autarquias e os restantes atores envolvidos no processo».

«Queremos também que este compromisso renovado seja levado a todo o País e que esta moção seja um pacto de confiança com todos os Portugueses. Os Portugueses estão unidos na ambição de um País mais justo e mais próspero, estão unidos na dedicação à nossa democracia, e assim unidos iremos juntos enfrentar todos os obstáculos e todas as dificuldades», frisou, deixando avisos:

«Esta não é a hora de desistirmos do interesse do País por razões de conveniência pessoal ou partidária. Da parte do Governo, não haverá nem palavras, nem actos de desistência. Esta é a hora de nos concentrarmos no que é essencial, com inteira disponibilidade para o diálogo e para a concertação. Para que quem vier depois de nós, Governo e oposição, possa dizer que fizemos tudo o que era necessário, tudo o que podia ser feito».
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