Sócrates: «Eu não preciso do PSD» - TVI

Sócrates: «Eu não preciso do PSD»

José Sócrates (LUSA)

Primeiro-ministro recorda que já tentou dialogar com todos os partidos

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José Sócrates sublinhou, esta terça-feira, em entrevista à RTP, que o PSD não está a «ajudar» o Governo ao não aprovar a moção de censura apresentada pelo PCP, mas assim a fazer o que é melhor para o país.

«Eu não preciso do PSD, quem precisa do PSD é o país. O PSD não faz isto [abstenção] para ajudar nenhum Governo, faz porque acha que é bom para o país. Eu não preciso de ajuda para governar», afirmou.



O primeiro-ministro apontou a «absoluta irresponsabilidade de apresentar uma moção de censura nesta altura», lamentando que o PCP e o BE «nunca» tenham tido uma atitude construtiva, mas sempre de «sectarismo» para «derrubar o PS».

Depois de defender as medidas de austeridade apresentadas na semana passada, Sócrates admitiu «precisar» de um acordo com o PSD para que estas se concretizem.

«A mim não me falta coragem para fazer aquilo que devo. Mas tenho um Governo de maioria relativa e preciso de outros partidos», disse, acrescentando que não está «preocupado» com a sua imagem ou o seu futuro político ao andar de mãos dadas com o PSD.

José Sócrates frisou que, desde que foi eleito, está a «tentar negociar com todos os partidos». «Tenho procurado falar com todos os partidos, estabelecer um diálogo para o país ser governado com a exigência que estes tempos exigem», explicou.

Sublinhando a «dureza» de governar «nestes momentos», o primeiro-ministro acusa os outros partidos de «não quererem assumir nenhuma responsabilidade».

«Eu sempre me empenhei num acordo. Fiz isso a propósito do Orçamento e do PEC, mas o PSD não quis», criticou, referindo-se à liderança de Manuela Ferreira Leite.

Quanto à reacção social-democrata às suas afirmações sobre o «tango» dançado a dois com Pedro Passos Coelho, Sócrates não percebeu «porque é que é de mau gosto».

«O que eu quis dizer é que para fazer um acordo são precisas duas pessoas e eu nunca tive ninguém do outro lado que quisesse fazer o mínimo dos acordos com o Governo», justificou.
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