Ecologistas protestam contra Cavaco Silva

Um pequeno grupo de ecologistas e activistas anti-globalização protestou no final da visita do Presidente da República, Cavaco Silva à Sé Velha, em Coimbra, no arranque das II Jornadas do Roteiro do Património, informa a agência Lusa.

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O grupo, maioritariamente de estudantes de língua castelhana, mostrava um cartaz onde se lia «Cavaco, é esta a tua economia?» e outro «Cavaco: aperta tu o cinto». Os activistas exibiam uma faixa onde se lia «na ditadura do Capitalismo, a dignidade é esmagada pelos políticos, polícias e patrões».

O Chefe do Estado limitou-se a olhar para o grupo e a exclamar: «Bom dia a todos».

Cavaco Silva visitou demoradamente a Sé Velha, monumento emblemático do conjunto arquitectónico da alta de Coimbra, candidata a património universal da UNESCO. No interior da Sé observou o «retábulo gótico» que completa 500 anos em 2008.

Ainda no interior da Sé, Cavaco Silva elogiou os cidadãos que se organizam para a protecção e defesa dos monumentos nacionais, aos quais «nem sempre o Estado consegue dar a resposta necessária».

O Presidente mencionou especificamente o grupo de cidadãos que promove a defesa e a protecção da Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, e da Sé Velha que destacou por ser o local se encontra o túmulo de fundador da nacionalidade e «pai da Nação portuguesa». «Não deixem morrer o entusiasmo», pediu Cavaco Silva.

Homenagem a D. Afonso Henriques

Cavaco Silva homenageou o fundador da nacionalidade, Afonso Henriques, no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde depôs uma coroa de flores. O chefe de Estado visitou demoradamente todo o convento, num périplo em que foi acompanhado pelo padre José Eduardo Coutinho, que lhe transmitiu toda a história do mosteiro.

O padre José Eduardo Coutinho lamentou que a Ministério da Cultura tenha proibido a abertura e estudo do túmulo de D. Afonso Henriques. «Estava constituída uma equipa científica de alto nível» liderada pela professora Eugénia Cunha, referiu.

«No preciso momento em que se ia abrir o túmulo com alguns cientistas da Universidade de Coimbra e estrangeiros chegou a ordem determinante de cancelamento por parte do Ministério da Cultura», lamentou.

À saída, o chefe de Estado foi confrontado por um pequeno grupo de mulheres que se queixava das reformas baixas e do desemprego na região. Uma das intervenientes, Rosa Maria, afirmou que recebia 300 euros de reforma e que isso não lhe bastava. Cavaco Silva ouviu atentamente as queixas, sem responder, mas assentindo com a cabeça, antes de se deslocar para a Sé velha de Coimbra.