“Ficam hoje escolhidos os seus BFF's - Best Friends Forever. Catarina best friend de António, António best friend de Jerónimo, Jerónimo best friend de Heloísa, e só isto não é novidade. Com eles escolheu governar e com eles poderá tropeçar. Dependendo deles, ficará ou cairá. É a vida."
Como seria de esperar, a antigo vice-primeiro-ministro não poupou nas críticas ao Governo, acusando o primeiro-ministro de conceder à CGTP o setor público dos transportes metropolitanos e de ceder à Fenprof a política de educação.
Questionou a "confiança" na convergência à esquerda, particularmente o entendimento entre o PS e o PCP, afirmando, com ironia, que agora é o PCP "que decidirá o destino do Governo". E criticou a ausência de uma moção de confiança, lembrando o que António Costa disse no dia anterior: "Dizer que o Governo não apresenta moção de confiança porque confia é uma afirmação que apenas o tempo a validará"."António Costa decidiu conceder à CGTP o sector público dos transportes metropolitanos. A CGTP utiliza as empresas públicas de transportes para sequestrar políticas legitimamente votadas, paralisar a economia e transformar a vida das famílias num inferno."
"O BE já está na lapela de António Costa. É a vontade do Partido Comunista que decidirá o destino do Governo de Portugal: eis ao que chegamos. É este o estado da arte por exclusiva orientação do primeiro-ministro."
Para além das palavras de Costa na véspera, também as de Mário Centeno, as primeiras no parlamento como ministro das Finanças, não escaparam às críticas de Portas, que classificou de "triste" o começo do ministro no hemiciclo. O deputado do CDS foi mais longe, destacando que se sentiu "insultado" depois de Centeno ter dito que "a expressão saída limpa" tinha sido um "resultado pequeno" para uma "propaganda enorme".
"Que triste o começo do ministro das Finanças quando veio dizer que a saída limpa tinha sido um pequeno resultado. Não me sinto criticado como governante, sinto-me insultado como português. [...] O senhor insultou quem pagou em cortes, em dureza de vida, a enorme, repito, a enorme responsabilidade de 2011."
Reiterando a posição da direita, Portas voltou a por em causa, por diversas vezes, a legitimidade do novo Governo. E Vieira da Silva, que discursou logo a seguir, respondeu à letra, com uma citação do próprio deputado do CDS, lembrando o "irrevogável" caso que abalou a relação entre PSD e CDS na anterior legislatura. "A forma como este governo toma as decisões torna dispensável o meu contributo", disse Portas na altura.
"Pois bem, aqui os representantes do povo resolveram seguir o seu conselho, o povo disse que o seu contributo para o governo de Portugal era dispensável. Está dispensado. Por uma vez uma afirmação daquela célebre carta tornou-se verdade", respondeu o ministro socialista.