Portas: «CDS está preparado para ser Governo» - TVI

Portas: «CDS está preparado para ser Governo»

Comício em Ponte de Lima marcado por protestos de feirantes. Líder falou para os socialistas, mas sobretudo para quem está habituado a votar PSD

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O CDS-PP já não se contenta em ser a terceira força política mais votada. Quer formar Governo, seja com PS ou PSD, para «influenciar as políticas». Para isso, Paulo Portas fala não só a socialistas, mas sobretudo para os sociais-democratas.

«Hoje, mais do que nunca, posso dizer: o CDS está preparado para ser Governo de Portugal», afirmou, esta tarde, num comício em Ponte de Lima.

Contando que um socialista lhe tinha acabado de dizer que iria votar em si, Portas explicou que, à esquerda, «perceberam que se votarem Sócrates vão estar a dizer ao primeiro-ministro que não tem mal nenhum ter levado o país à insolvência».

No entanto, foi aos habituais eleitores do PSD que o líder democrata-cristão tentou cativar mais votos: «Hoje, preferem a preocupação social do CDS do que a inclinação liberal do PSD. A diferença é que nós trabalhamos mais, temos um programa mais realista e uma atitude de responsabilidade em todos os momentos».

Portas está satisfeito por PS e PSD «dedicarem tanta atenção» ao CDS. Crê mesmo que essa «é a melhor razão» para votarem no seu partido.

Enumerando uma série de propostas do seu manifesto eleitoral, o líder do CDS-PP adiantou que, quando a economia começar a crescer, espera que «as horas extraordinárias do sector privado não tenham uma tributação tão pesada», sem, no entanto, especificar em que moldes o faria.

Numa terra cuja autarquia é dominada pelo seu partido, Paulo Portas destacou «as diferenças para o caciquismo»: «Aqui, a despesa com pessoal está controlada, não há empresas municipais, os vereadores não têm cartão de crédito, o IRS fica nas famílias e não na Câmara e o dinheiro está no banco».

No distrito de Viana do Castelo, onde quer eleger mais um deputado para além de Abel Baptista, Portas deixou ainda um recado ao PS, depois do episódio dos cinco autocarros com imigrantes: «Nós não precisamos de transportes colectivos do partido para encher esta praça».

Antes, no palco improvisado no coreto do Largo Camões, Daniel Campelo pediu aos eleitores para «não votarem na tradição», porque esse voto é «muitas vezes injusto». «Eu sou insuspeito, até porque tive, em tempos, alguma divergência com Paulo Portas. Mas desejo que o CDS tenha capacidade de influenciar o Governo», disse, estabelecendo a ambiciosa meta de «mais de 50 por cento» dos votos no distrito.

Feirantes querem que Portas suspenda a campanha

Ao longe, pelo barulho das buzinas, já se adivinhava a confusão. A Associação Portuguesa de Empresários de Diversão (APED) aproveitou a presença de Paulo Portas durante as Feiras Novas para denunciar aquilo que apelidam de «parcerias público-privadas municipais».

«A Câmara de Ponte de Lima não está a fazer um processo transparente [na atribuição dos espaços dos eventos]. Fazem leilões à porta fechada para ver quem dá mais», afirmou aos jornalistas o presidente da APED, Luís Paulo Fernandes.

Daniel Campelo foi tentar acalmar os empresários dos carrosséis, que aceitaram ouvir todo o comício sem protestos, mas, no final, acabaram por «encurralar» Portas numa confeitaria, exigindo que o presidente da APED fosse ouvido.

Numa reunião improvisada, e fechada para a comunicação social, Luís Paulo Fernandes revelou que o presidente da autarquia, o democrata-cristão Victor Mendes, «ameaçou» deixar as Feiras Novas sem carrosséis.

«Vamos levar isto até às últimas consequências. Exigimos um concurso público transparente. O senhor Paulo Portas devia suspender a campanha e resolver isto já hoje», pediu.
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