Adesão à UE e ao euro foi um «erro profundo» - TVI

Adesão à UE e ao euro foi um «erro profundo»

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa sublinha que o antigo líder do PCP Álvaro Cunhal previu os efeitos dessa opção

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O secretário-geral do PCP defendeu, este domingo, que a adesão à União Europeia «foi um erro profundo» que levou à atual situação do país. Jerónimo de Sousa sublinhou que o antigo líder comunista Álvaro Cunhal previu os efeitos dessa opção.

«As suas previsões demonstram, tendo em conta a realidade do nosso país hoje, o erro profundo que foi a adesão à União Europeia e ao euro, com a destruição do nosso aparelho produtivo, com perda de parcelas da soberania nacional», afirmou, citado pela Lusa.

O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas à margem do Congresso «Álvaro Cunhal - o projeto comunista, Portugal e o mundo de hoje», que termina este domingo, na faculdade de Letras, em Lisboa.

A opção pela adesão à então CEE, em 1986, e à moeda única, em 1999, constituíram «uma opção que acabou por determinar hoje a situação do país», considerou Jerónimo de Sousa. O líder comunista defendeu a «profundidade e a atualidade» do pensamento do líder histórico comunista, que morreu em 2005.

Jerónimo de Sousa disse que o Congresso «não procurou qualquer endeusamento» da figura de Álvaro Cunhal, mas apenas «recolher ensinamentos e projeções para o futuro».

«Hoje, com o Orçamento do Estado em cima da mesa, devemos dizer que Cunhal tinha razão e continua a ter uma grande atualidade na necessidade de uma política alternativa», afirmou.

Questionado sobre as palavras do cardeal José Policarpo, que afirmou que Portugal só tem dinheiro para mês e meio em caso de incumprimento das metas estabelecidas no programa de ajustamento e acusou a oposição de não apresentar soluções, Jerónimo de Sousa respondeu que não se pode dizer que o PCP não apresenta propostas.

«Nós temos esta proposta, naturalmente pode questionar-se esta proposta, mas não digam que não há, porque há uma alternativa», afirmou o secretário-geral comunista.

«O Governo não tem condições porque aceita de bom gosto a aplicação deste pacto de agressão e quer levá-lo até ao fim, sabendo que a austeridade não resolveu nenhum dos problemas centrais da nossa economia», criticou.

A renegociação do empréstimo, uma moratória para o pagamento da dívida, a devolução «daquilo que foi roubado aos trabalhadores», o desenvolvimento da produção nacional, a defesa dos serviços públicos «como bens preciosos» são algumas das propostas do PCP, frisou Jerónimo de Sousa, insistindo que o atual governo PSD/CDS-PP devia ser demitido.

«Mas insisto, há alternativa, o que não é alternativa e o que não é caminho é este percurso do qual não se vê saída com este Governo», considerou.
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