Sócrates não pede desculpa por trazer a troika para Portugal - TVI

Sócrates não pede desculpa por trazer a troika para Portugal

«Isso é um embuste», defende o ex-primeiro-ministro

O ex-primeiro-ministro recusou ser responsabilizado pela vinda da troika para Portugal.José Sócrates defendeu que este é um «embuste» que pretende combater e que assume as responsabilidades pela sua governação, mas não aquelas que lhe querem imputar.

«A questão da responsabilidade está inerente à governação, todos os que assumiram responsabilidades politicas, têm responsabilidades e têm naturalmente que fazer face aos resultados e reconhecer que nem sempre à luz do que se sabe hoje as coisas correram bem. Todos os governos e todos os políticos cometem erros», explicou.

«Eu aceito as responsabilidades que tenho e não aquelas que os meus adversários me querem atribuir, à força, de forma contraditória aos factos», disse e recusou pedir desculpa pela vinda da troika para Portugal. «Não [aceito pedir um pedido de desculpas aos portugueses] porque não aceito essa responsabilidade».

Sócrates lembrou que existia uma crise internacional, a quem atribui a responsabilidade da atual situação do país. Admitindo que o país tem défices estruturais, defendeu que sempre os combateu na sua governação, nomeadamente na Educação e na energia.

Para José Sócrates, o facto do atual Governo não ter admitido que existia uma crise internacional, tem consequências. «Este Governo ao negar que havia uma crise sistémica, tem agora a maior das dificuldades em explicar aos portugueses que grande parte dos problemas do país são derivados da crise internacional, isso foi um erro».

Após a insistência, o ex-primeiro-ministro, admite que terá tido alguma responsabilidade, mas atribui a culpa maior aos mercados. «Não digo nenhuma responsabilidade. Com certeza que a nossa gestão da crise teve as suas consequências», mas «foram os mercados que com base na ganância causaram a crise e com isso o endividamento dos Estados. Foi a crise que levou à dívida e ao défice e não o contrário. Não confundamos as coisas».

Sócrates considerou «uma mistificação e um embuste», a ideia de que foi o anterior Governo que obrigou o país a pedir ajuda externa. «O que nos obrigou a levou pedir ajuda externa foi o chumbo do PEC», lembrou.
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