Académicos e políticos recolhem assinaturas para exigir renegociação da dívida - TVI

Académicos e políticos recolhem assinaturas para exigir renegociação da dívida

Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida (IAC) lança campanha nesta quarta-feira

A Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida (IAC) lança esta quarta-feira uma campanha para promover o debate sobre a dívida portuguesa e recolher assinaturas para uma petição à Assembleia da República exigindo a renegociação urgente da dívida.

«Vamos iniciar esta campanha para chamar a atenção para a necessidade urgente de renegociar a dívida nacional e para isso vamos também iniciar a recolha de assinaturas para uma petição dirigida à Assembleia da República nesse sentido», disse à agência Lusa o economista José Castro Caldas, um dos promotores da IAC.

A IAC surgiu no final de 2011, após a realização de uma convenção em Lisboa, e depois disso um grupo de economistas envolvidos na iniciativa, entre os quais Castro Caldas, elaborou um relatório sobre a dívida pública.

Manuel Carvalho da Silva, José Reis, Boaventura de Sousa Santos, Catarina Martins e Vasco Lourenço são algumas das personalidades académicas, políticas e sindicais que integram esta iniciativa.

A campanha que vai ser lançada em Lisboa tem como lema «Pobreza Não Paga a Dívida, Renegociação já!» e vai incluir a realização de debates nos próximos meses sobre este tema.

Até setembro, vão ser recolhidas as assinaturas de apoio à petição, que «será entregue na Assembleia da República quando se reiniciarem os trabalho parlamentares».

A IAC defende num manifesto de apoio à campanha que «o Estado português tem de preparar-se para renegociar» a dívida e, se necessário, «declarar uma moratória».

Na petição a entregar na Assembleia da República a Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida apela «à preparação da renegociação garantindo competência, isenção, rigor, escrutínio público e participação cidadã em todo o processo».

José Castro Caldas considera que o problema da dívida não se resolve com um alongamento dos prazos de pagamento.

«Portugal precisa de cortar na divida e nos seus juros», afirmou o economista e investigador social, acrescentando que quanto mais tempo passa mais de deterioram as condições para pagar.

«A renegociação tem de ser feita antes que se chegue a um ponto de rotura social, que todos queremos evitar», defendeu.
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