Há menos pobres em Portugal, diz Sócrates

O primeiro-ministro, José Sócrates, serviu-se hoje dos mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para defender que os riscos de pobreza e as desigualdades de rendimento estão a diminuir em Portugal.

As palavras do primeiro-ministro foram proferidas após ter estado reunido cerca de duas horas em São Bento com autarcas da Associação dos Municípios do Oeste.

«Apesar de o INE não atribuir estes resultados a nenhuma medida específica do Governo, detecta-se que o risco de pobreza desceu fundamentalmente junto dos idosos. Estou convencido que o complemento solidário para idosos teve aí um efeito fundamental», declarou.

Pobres cada vez mais pobres

Igreja preocupada com número de pobres em Portugal

De acordo com os dados do INE, a taxa de risco de pobreza em Portugal diminuiu em 2006, face ao ano anterior, situando-se nos 18 por cento.

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2006 indica que 18 por cento dos indivíduos residentes em Portugal se encontravam em risco de pobreza - o que reflecte uma redução face aos dois anos anteriores. A taxa de pobreza situou-se nos 19 por cento, em 2005, e nos 20 por cento, em 2004.

A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente ou inferior a 4.386 euros no ano anterior (cerca de 366 euros por mês).

Também segundo o INE, o diferencial entre os 20 por cento da população com maior e menor rendimento registou uma ligeira quebra na ordem dos 0,1 por cento. Em 2006, a diferença entre os grupos com maior e menor rendimento era 6,8 em 2006, contra 6,9 nos dois anos anteriores.

«Os dados comprovam que os riscos de pobreza têm vindo a diminuir nestes últimos dois anos de Governo e demonstram que há uma progressiva redução nas desigualdades ao nível dos rendimentos», sustentou o primeiro-ministro.

Interrogado sobre o facto de a inflação ter superado as estimativas do Governo em 2007, José Sócrates optou por fazer outra leitura deste indicador. Segundo o primeiro-ministro, «em comparação com 2006 a inflação desceu em Portugal em 2007 e isso também é uma boa notícia para os indicadores macroeconómicos do país».