«Riqueza não pode estar em 500 famílias» - TVI

«Riqueza não pode estar em 500 famílias»

  • Portugal Diário
  • 5 jan 2008, 19:28
Festa do Avante (Mário Cruz/Lusa)

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, acusa Governo de falhar combate à pobreza

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou este sábado o Governo de abandonar as funções de protecção social do Estado e falhar o combate à pobreza, ao fomentar políticas que «aumentam as desigualdades», escreve a Lusa.

Jerónimo de Sousa insurgiu-se contra «os discursos públicos e os apelos à mobilização da dita sociedade civil» para combater a pobreza, afirmando que «por muito que seja o esforço», o movimento associativo e os voluntários «não podem substituir o papel do Estado».

Considerando que a política económica do Governo e as alterações às leis laborais «aumentam as desigualdades sociais», Jerónimo de Sousa exigiu «um outro rumo e uma outra distribuição da riqueza» que, considerou, «não pode ficar concentrada em 500 famílias».

O secretário-geral do PCP falava no final de um almoço com representantes de instituições de solidariedade social do concelho de Vila Franca de Xira, que decorreu em Vialonga.

«A pobreza nos idosos»

«Nós valorizamos a generosa participação dos que voluntariamente se mobilizam. Mas se não formos capazes de entender e atacar as causas da pobreza não há esforço mais generoso que resolva o problema», disse.

«O conjunto de instrumentos criados pelo Governo para combater a pobreza visa a atenuação das situações extremas de pobreza numa concepção assistencialista, e servem como amortecedores às consequências das alterações aos mecanismos de protecção dos direitos dos trabalhadores», defendeu.

«Todos os indicadores sociais confirmam o logro das promessas de combate à pobreza», afirmou, referindo em particular «a pobreza nos idosos».

«A vida confirma que esta prestação social [o complemento solidário para idosos] se insere na estratégia do Governo de desvalorização do valor das pensões», exemplificou.

«Não é ser pessimista, mas não é preciso ser adivinho para saber que, com os novos aumentos dos salários, das reformas e pensões, a pobreza e a exclusão social vão aumentar em 2008», o «custo de vida vai pesar sobre as famílias», afirmou.
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