Passos não reconhece «autoridade» ao PS para censurar o Governo - TVI

Passos não reconhece «autoridade» ao PS para censurar o Governo

Primeiro-ministro considera a moção «perversa e injustificada» e acusa os socialistas de uma «radicalização» que pode prejudicar a imagem do país no exterior

O primeiro-ministro não reconhece «autoridade» ao PS para censurar o Governo, uma vez que foi «incapaz de atingir» os mesmos resultados no passado.

«É espantoso, para não dizer perverso, que o partido que conduziu o país ao precipício financeiro e que negociou o resgate externo apareça agora a censurar a maioria e o Governo apenas porque estamos a cumprir os termos desse resgate e damos a cara pelo ajustamento inevitável a que nos conduziram», afirmou Passos Coelho, no Parlamento.

Para o primeiro-ministro, esta moção de censura demonstra a «radicalização» e a «confrontação política com o Governo» que o PS escolheu.

«O PS mostra que nem aquilo que ele próprio considera como de relevante interesse nacional o impede de levar por diante o seu propósito interno de criar rutura com o governo e instabilidade política no país», acrescentou, acusando a direção socialista de agir em função do «calendário partidário, em detrimento do calendário relevante para o país».

Passos Coelho considera que a moção do PS é não só «perversa e injustificada», mas também «infeliz no tempo», uma vez que o Governo ainda está a negociar a extensão das maturidades dos empréstimos europeus da troika.

«Tratando-se do principal partido da oposição, isto é, do partido ao qual cabe natural responsabilidade de construir a alternativa democrática, este comportamento radical só pode trazer intranquilidade aos portugueses e receios e dúvidas junto dos parceiros externos e dos investidores», apontou.

Passos Coelho acusou o PS de querer um segundo programa de resgate e de não querer cumprir as obrigações do país. «O PS não tem hoje, infelizmente, uma estratégia consistente e alternativa», lamentou.

Para o primeiro-ministro, a moção de censura representa uma «visão panfletária que explora demagogicamente a insatisfação com a crise e que não sugere qualquer ideia construtiva e realista diferente da que o país vem trilhando».

«O PS alimenta a ideia simplista, quase infantil, de que o problema se resolve parando com a austeridade e apostando no crescimento, como se fosse possível encontrar financiamento para crescer sem gerar confiança nos investidores e sem demonstrar vontade para reduzir a despesa que gera a dívida quando esta é demasiado pesada», considerou.

«Nós cá prosseguiremos o nosso caminho de trabalhar para mudar Portugal», prometeu.
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